02 junho 2010

Coisas que eu não compreendo...

Por motivos profissionais não estive presente na reunião fundadora do Movimento. Felicito todos os que no passado sábado deram este gigantesco passo em frente para as aspirações de Justiça e Desenvolvimento da nossa Região. O Futuro começa agora.

O Público traz hoje um trabalho sobre a intenção do governo fechar mais umas centenas de escolas no interior do país, principalmente a Norte e Centro. Uma das justificações avançadas pelo ministério da educação(?) é o facto de escolas com poucos alunos serem propiciadoras de maior insucesso escolar. Mas há algo que eu não percebo, ou está mal explicado, ou eu, nas minhas limitações - que são muitas e variadas - sou incapaz de ler e compreender a infografia que acompanha o trabalho jornalístico. Se a taxa de retenção dos alunos a Norte é de apenas 2,9% , contra 5% na Região de Lisboa (lá se vai a teoria de que só as escolas com poucos alunos é que apresentam altas taxas de retenção) e se a Norte apenas 1,3% das escolas têm menos de 10 alunos, contra 1,9% na Região de Lisboa e 6,2% no Alentejo, porque razão a maioria das escolas a encerrar se situam no Norte e no Centro? A mim parece-me que existe apenas uma correlação entre insucesso escolar e escolas pequenas e não uma relação de causa efeito. As causas do insucesso devem ser procuradas noutros factores.

Este tipo de medidas e "poupanças" é mais um contributo para a desertificação e empobrecimento do território "interior"*; e é mais um sinal de que este estado que manda as mães do Alentejo dar à Luz em Badajoz, e as gentes de Valença do Minho procurar remédio para as suas maleitas em Tui, já há muito que desistiu deliberadamente de uma das suas pricipais funções - a soberania sobre o território - e só se preocupa com os privilégios da oligarquia que em Lisboa se instalou na mama dos negócios do betão e das empresas protegidas da concorrência interna por esse mesmo estado, e da externa por se dedicarem exclusivamente aos bens e serviços não transaccionáveis internacionalmente. As EDP's, as GALP's e as PT's do regime.

* é ridículo chamar interior a algo que dista 120 km do mar.

2 comentários:

  1. O modelo de desenvolvimento económico da região de Lisboa (capitalismo sem capital, endividamento, monopólios públicos e privados, drenagem de procura, investimentos e impostos do resto de Portugal, bens e serviços não transaccionáveis) está em colapso. A respectiva elite económica negando a realidade fará tudo para manter o status quo. As medidas de drenagem do resto do território, via «spill-ovver», fechos das escolas do interior Norte e Centro, desvios de verbas da Alta Velocidade a Norte para a TTT, portagem das SCUTS regionalmente concentradas, sub-investimento no ensino superior público e hospitais públicos a Norte, drenando procura para sul, fecho de linhas de ferrovia a Norte, serão reforçadas. A prioridade do Partido do Norte deverá ser descobrir, denunciar, impedir estas injustiças e sabotagens ao nosso legítimo desenvolvimento. A Regionalização não é tão urgente. Urgente mesmo é nos protegermos do colapso da economia lisboeta. Tema a aprofundar oportunamente.

    http://norteamos.blogspot.com/2010/06/urgente-mesmo-e-nos-protegermos-do.html

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  2. Contem com o meu apoio! Tenho 17 anos e faço 18 este ano e não vejo nenhum partido que corresponde àquilo que quero e espero para o nosso país. Sou um jovem que está à espera de um futuro melhor! E quanto mais partidos melhor! Viva a democracia! Chega de monopólios! Força Partido do Norte!

    Um abraço!

    João Bragança

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