29 agosto 2010

Uma regionalização para salvar o país


Serão os defensores da Regionalização(R.) obrigados a demonstrar que ela não levará a uma subida da despesa pública?

A moralidade elevada, todavia, estamos muito mais preocupados com a despesa do Estado do que os que tem agitado esse espantalho contra a R.! Porque aumento da despesa do Estado, temo-la tido todos os dias das últimas décadas, em particular da última, sobre o regime centralista anti-R.! Exigir-se-ia, esperar-se ia pelo menos, que os centralistas, preocupados com uma R., que segundo as suas fantasmagorias, levaria ao disparo da despesa pública, tivessem uma prática de não aumento da dita, no contexto do regime centralista e anticonstitucional vigente! Mas aí aos costumes dizem nada! Tanto agentes políticos como opinadores, moita-carrasco!

Ora quando consideramos este o momento em que a R. mais urge para este país depauperado pelo centralismo, inserimo-la num conjunto de medidas que visam a diminuição da despesa pública administrativa central e o aumento da sua eficiência segundo o princípio da subsidiariedade, de que o que pode ser governado de perto não deve ser governado de longe.

No mesmo pacote da R., que significa a transferência de atribuições, competências e meios da administração central para a regional e sua legitimação política através do voto do povo, inserimos a diminuição do número de ministérios para metade; a redução em todos os ministérios e no parlamento para 1/3 de todas as assessorias; a passagem para metade das Direcções-Gerais e Institutos de Estado através de fusões e de extinções, assim como a proibição do recurso às assessorias e pareceres externos; a redução para 180 do número de deputados; a redução para menos de 1/3 das empresas municipais; a redução para 1/3 das subvenções estatais para as fundações; a redução para metade de todas as subvenções do Estado aos partidos instalados. Ainda a reorganização administrativa territorial com a extinção de municípios e freguesias através de fusões, e a criação de algumas novas autarquias, sem, em nenhum caso, serem postos em causa os apoios administrativos ou funcionais; ainda a redução dos vencimentos políticos, a começar pelo do PR e tectos a todos os gestores públicos ou de empresas em que o Estado detenha a maioria. Ainda um tecto para todas as aposentações no cúmulo de 4000 euros, devendo o Estado indemnizar em títulos da dívida pública os descontos feitos acima deste tecto.

É neste contexto que apresentamos a defesa acérrima da R. Entendemos que na sua lei-quadro, ou quiçá na própria Constituição, deve ficar explícito, escarrapachado, que a sua implementação não pode provocar a subida de um cêntimo da despesa pública. E não poderá mesmo. Porque trata-se de transferir atribuições, competências e meios. Alguns dos quais (parte dos impostos) as regiões deverão desde logo reter. Não há um único novo lugar a criar. Apenas a deslocar. E podemos estar vários anos a deixar, neste sector, muitos funcionários se aposentarem sem necessidade de entrada de nenhum, de tal forma o excesso de funcionários na administração central que sobrarão depois da R. (dado o aumento de eficiência da proximidade); tal como o excesso de funcionários de alta competência e sem qualquer poder ou utilidade que vegetam nas CCDR; além do fim da inutilidade chamada governos civis para onde os partidos vencedores costumam despachar os boys e girls que não entram no parlamento nem nas presidências das câmaras e que compensarão os custos dos titulares dos governos regionais.

Apresentámos claramente essas medidas, embora coarctados de chegarmos às televisões ou rádios “públicas”, a tal ponto se assume a fidelidade dos centuriões para com o centralismo. Mas as ideias fizeram o seu percurso e o debate político português, embora sempre mistificado pelo bloco central, já não é o mesmo que há três meses. O país percebeu que o combate virtual entre o bloco central não lhe interessa porque não são esses os problemas do país. O país percebeu que o centralismo é o seu principal inimigo. Se alguém tem de demonstrar que não aumentará a despesa pública é o centralismo que todos os dias o faz. E pode querer, em desespero de causa, para não perder poder (ou seja lugares para os seus) fazer uma R. light, com duplicação de funções que não servirá para nada a não ser para aumentar a despesa. Porque não acatar a ideia de constitucionalizar o limite do défice do centralismo?

É normal que seja a Norte onde mais se faz sentir a onda de revolta e a sensibilidade sobre a necessidade de se assumir a responsabilidade de virar o curso das coisas. Para lá da sua identidade ancestral, é afinal o Norte a única região do país que exporta mais do que importa, sendo de longe a que dispõe de mais potencial e viabilidade em todos os aspectos, pois concentra, só acima do Douro, 3,6 milhões de habitantes. Mas, por via do centralismo que em muitos casos se tem manifestado como um verdadeiro assalto, é também a única que viu regredirem na última década os indicadores económico-sociais! É a que mais sente a inexistência de governo a não ser para agravar com o aumento do peso fiscal os custos de produção e da vida quotidiana! É lógico que seja onde mais se faz sentir a falta de representatividade dos partidos dirigidos pelos directórios de Lisboa e, consequentemente, a necessidade de criar um partido regional. Para criar a política regional que os governos não são capazes de criar e que tem de ser a autonomia regional a fazer. Para suster e reduzir drasticamente o cancro despesista centralista. Para reivindicar equidade. Mas também para participar no poder central em condições de influenciar a política nacional em favor de todas as regiões do país.


Pedro Baptista, dirigente do Movimento pró-Partido do Norte.

20 agosto 2010

Fight the centralism!

19 agosto 2010

Drenagem

A notícia abaixo, publicada hoje no Público confirma aquilo que eu aqui escrevi. O objectivo do programa de barragens não é a produção energética mas sim a captura da água dos rios do Norte. Depois da energia, os trasmontanos serão espoliados da sua água a troco de nada.


«O Relatório da Pegada Hídrica em Portugal 2010, publicado no final do passado mês de Fevereiro pela organização World Wide Fund For Nature (WWF), estima que cada português é responsável por um consumo da ordem dos 6203 litros/dia.

O estudo realizado pela WWF - que abrange 140 países - apresenta Portugal no sexto lugar dos países mais consumidores de água. Pior do que Portugal só os EUA, a Grécia, Malásia, Itália e Espanha. O grande responsável por este lugar é o sector agrícola, que no nosso país absorve 82 por cento da água consumida. Portugal é o país da Europa do Sul com a mais elevada taxa de consumo de água na actividade agrícola, quando se sabe que mais de 67 por cento dos nossos recursos hídricos superficiais têm origem em Espanha.

O problema maior está na região Sul do país, em risco de poder vir a ser afectada por graves problemas de escassez de água. Francisco Avillez, da Agroges, admite que, por efeito das alterações climatéricas que já se fazem anunciar, se verifique um aumento no consumo hídrico. "As plantas vão precisar de mais água" e, desta forma, "aumentará o desequilíbrio" entre as necessidades e as reservas existentes. No Alentejo a situação "será de vulnerabilidade máxima" e podemos vir a assistir a "fenómenos extremos na região mediterrânica", admite este especialista.»

18 agosto 2010

Um símbolo bragantino



A Domus Municipalis - cisterna e antigo local de reunião do conselho municipal - com as suas janelas de arco abatido. Ao fundo está a torre da Igreja de Santa Maria.

14 agosto 2010

A questão da água



Como sabemos a posse da Água será uma questão fundamental para o futuro. Em muitas regiões do mundo será certamente a causa das próximas guerras. Aliás, ainda há não muito tempo a guerra travada entre o Irão e o Iraque, antes das intervenções norte americanas neste último país, teve como causa latente a Água.

A Península Ibérica também não escapará a este problema. O Norte Ibérico, de clima temperado atlântico, é uma região rica em água e rios de grande caudal, como por exemplo o Douro. O centro e sul são regiões maioritariamente áridas e de clima mediterrânico com Verões muito quentes e secos. Em Espanha a questão dos transvases provoca reacções inflamadas. Em Portugal periódica e discretamente também tem sido aflorada.

Por tudo isto considero que a leitura deste post, que o amigo José Silva muito bem nos lembrou, é deveras pertinente. Também eu considero que o que está verdadeiramente por trás do insano programa de barragens é a captura da água por parte de potentados privados que manipulam as suas marionetas no estado para garantir este negócio que dará milhares de milhões no futuro próximo. Os trasmontanos já não existirão nesse futuro próximo se não formos capazes de impedir os crimes que se anunciam.

10 agosto 2010

A ler

No sempre atento Regionalização e no Portugal Global, da AICEP

(...) os gestores públicos em Portugal cresceram de 377 para 448 entre 2007 e 2009 e os encargos com as respectivas remunerações aumentaram 19,4%, representando 32 milhões de euros no ano passado. O número de empresas públicas cresceu 20% nos últimos três anos - uma evolução notável quando comparada com o ritmo de crescimento da economia.
(...)
Como se a Parque Expo não fosse um monstro disfuncional, criou-se outra empresa pública para promoção imobiliária e requalificação urbana chamada Arco Ribeirinho Sul. O que separa as duas? O rio Tejo. Ainda em Lisboa, e porque a câmara também precisa de um instrumento para o sector imobiliário, adiou-se a morte da EPUL: um exemplo municipal da doença nacional.

A RETER:
As empresas do regime são criadas por decreto com a maior das facilidades. Mas extingui-las é um calvário.

06 agosto 2010

Futebol versus Regionalização

Desculpem-me voltar à carga com a questão do futebol, mas considero de extrema importância denunciar alguns equívocos que giram à volta do tema sempre que o relacionamos com a política.

Em primeiro lugar [vou-me repetir, mas não me importo], poucas coisas conheço que não tragam consigo um qualquer sinal político. Até na hora da morte, que ao momento é das poucas barreiras que ainda não conseguimos superar, as pessoas têm tratamento diferenciado [ou não vivêssemos nós numa sociedade classista]. Um doente terminal endinheirado pode não resistir à ferocidade de um cancro, mas terá garantidamente mais recursos económicos e financeiros para se defender do que um pé-rapado. Quando falamos em ricos e pobres, estamos a falar de política, uma eterna guerra-fria entre o capital e o social, travada entre os cidadãos e os partidos políticos que representam ambas as tendências. Então, porque raio teria o futebol de ser a excepção?

Nascemos e crescemos a ouvir determinado tipo de clichés e não hesitamos em recorrer a eles sempre que queremos dar consistência acrescida aos nossos argumentos ou às nossas paixões,  passando grande parte das nossas vidas a repetí-los como se para além dessas "certezas" só existisse o vácuo. Quantas vezes  dizemos que "podemos trocar de carro, ou até de mulher, mas nunca de clube"? Presumindo que as mulheres pensarão o mesmo em relação aos homens, não haverá neste discurso paixão a mais para racionalidade a menos? Pois é. Parece que já estou a ouvir alguém dizer: o futebol é isto mesmo, paixão [não é lengalenga exclusiva de treinadores e jogadores], e é por isso que arrasta multidões, blábláblá. A realidade, é que o futebol na Europa é o único desporto catalisador das raízes populares, e simultaneamente, aquele que mais as une e divide. O futebol é um paradoxo respeitável.

Então, como poderemos contornar esta "paranóia" colectiva para nos concentrarmos em coisas mais sérias? Destruindo o futebol e a paixão clubística, ou esclarecendo as populações?

Compreende-se, que dá menos trabalho aos dirigentes políticos - também eles influenciados por clichés e paixões -, resolverem politicamente este dilema optando pela colagem tácita [ou nem tanto] ao clube que teoricamente lhe garanta mais votos. Em Portugal, esse clube chama-se Benfica, todos sabemos. Agora, pergunta-se: será essa a solução acertada?  Colarem-se  à fonte do problema, arriscando-se a fazer parte dele?  Creio que não. É que, foi  também às cavalitas deste comodismo político-ideológico que se gerou ao longo destes anos toda uma panóplia de discriminações que redundaram no hiper-centralismo de hoje.

A solução, passaria pois por explicar às populações que o Norte, essa grande região, precisa de todos os nortenhos, incluindo daqueles cujas paixões clubísticas pouco têm a ver com a região, porque são sobretudo esses que precisam de ser persuadidos, aqueles que oferecerão mais resistência à Regionalização por razões óbvias. Não tenhamos  ilusões.

Gostaria de não estar tão seguro das minhas convicções, mas ao longo destes anos, e já são alguns, habituaram-me a não ver nos adeptos dos clubes centralistas a clarividência intelectual e política que reclamam agora para os nortenhos com a Regionalização.  Não me recordo de os ver  separar, ciosamente, as águas do futebol e da política sempre que tal  se impunha. E tiveram tantas oportunidades para o fazer!  Bem pelo contrário, nunca os vi  solidários, genuinamente preocupados com a pobreza do Norte. Reivindicam  isso sim, sempre, e cada vez mais para si, para Lisboa.

A guerra Norte / Sul, é  ao contrário,  é Sul / Norte, porque foi  e continua a ser o centralismo que implicitamente a declarou, fazendo das televisões e jornais  as suas guardas pretorianas de eleição.  O Norte, limita-se a defender-se e lamentavelmente, mal.

Canal de TV do Movimento Partido do Norte

Caros companheiros,

Já está no ar o nosso canal de TV do Movimento Partido do Norte.

Para visualizar, por favor clique aqui.

Um abraço a todos,
Vitor Pinto

05 agosto 2010

Norte político e Norte clubístico. Incompatíveis?

Nem quero sequer admitir que o MPPN não consiga atingir o primeiro objectivo que consiste -  como é do conhecimento público -, constituir-se em  partido político com representação parlamentar na Assembleia da  República.  Este aparente pessimismo, resulta de uma profunda convicção pessoal  assente em dois factores ligados entre si:
  • a perda de capacidade de indignação dos nortenhos perante os excessos [abusos] do centralismo, particularmente por parte das chamadas elites.
  • a clubite nortenha centralista [adeptos nortenhos do Sporting e principalmente do Benfica], incompatível com os interesses locais, entre os quais se incluem incontornavelmente os dos clubes de futebol da região.
Neste preciso momento, não faltará decerto quem tenha vontade de me contrariar com a costumeira [desculpem-me a expressão], conversa da treta de que "o nosso mal é confundirmos o futebol com a política, etc. e tal", porque se é ponto assente que quase tudo na vida é político, o futebol é, social e etnograficamente, o fenómeno mais político de todos. Mais político que partidário, entenda-se. Não fora isto uma absoluta verdade, teríamos os telejornais, as rádios e a imprensa, com diferentes critérios de informação desportiva [e de outro tipo] que não os aplicados agora, e desde há longos anos, onde a componente do futebol é pornograficamente explorada por um único clube: o Benfica. Todos sabem que esta é  a mais pura verdade, execepto os benfiquistas, incluindo alguns nortenhos "regionalistas". E isso é grave, porque é racionalmente desonesto e politicamente pernicioso. Para o Norte...

Mas também é verdade que muitos adeptos de clubes nortenhos, incluindo os do FCPorto, tardam em perceber que os nossos problemas mais sérios não se resolvem com as victórias dos nossos clubes, que é preciso prestar uma maior atenção às questões de carácter político e social, intervir, participar na coisa pública. O futebol não é tudo. É talvez por haver uma disponibilidade excessiva para o futebol em comparação com outras actividades, que os traumatizados anti-futebol, ou os intelectuais de "cerâmica", culpabilizam os apreciadores da modalidade - como é o meu caso - por todos os males do país.

Modestamente, pela minha parte, tenho feito os possíveis por arrastar para a participação cívica essa gente, procurando sensibilizá-la para outros problemas em contactos na blogosfera do futebol, coisa que nem todos acham dever fazer e que eu não entendo muito bem porquê, diga-se. 

O MPPNorte, não deve temer chamar a si esta gente, nem tão pouco fugir da clubetização dos assuntos por muito que isso possa parecer contraproducente. O Norte não é o FCPorto, nem o Porto. E também não é o Sporting de Braga, nem Braga, ou o Victória de Guimarães e Guimarães, mas é económica, afectiva e geograficamente, muito mais a soma disto tudo, do que o Benfica e Lisboa juntos. A tarefa é dura, complicada, mas é preciso explicar sem sofismas estas pequenas grandes diferenças. Não será fechando os olhos aos obstáculos que conseguiremos transpô-los. 

Luís Filipe Menezes - um excelente autarca -, atingiu o princío de Peter por cometer esse erro crasso quando chegou a Presidente do PSD e calou abruptamente o discurso regionalista, em Lisboa... 

A causa da Regionalização é apenas uma ferramenta que serve para governar melhor, não é um fim em si. Depois dela, há muito que trabalhar, muito para corrigir. O país precisa de uma restauração profunda e o Norte ainda mais. Sobretudo na mentalidade. 

04 agosto 2010

Barbárie

“O homem que, na tarde de domingo, conduzia o automóvel que abalroou e matou um rapaz de 13 anos, em Fafe, fugindo de seguida, entregou-se na GNR no dia seguinte. Tinha saído da cadeia há pouco tempo, não tem carta e o carro estava ilegal. Foi libertado.” – JN, 05 Agosto 2010.

Este estado de coisas é inaceitável. O sistema de justiça desrespeita as vítimas e promove a barbárie. Também nesta área o partido terá que ter uma intervenção forte e ponderada.

03 agosto 2010

As obras na sede central do MPN





As obras na sede central do MPN, Rua de S. Brás, 256, Porto, a vogarem de vento em popa! Terminarão esta semana. A estética arquitectónica e decorativa é a da juventude que "manda", e bem, neste Movimento, como "mandará" no Partido, no Norte e em Portugal. A reunião da Comissão Coordenadora de 11 de Setembro já lá se realizará. Será a primeira reunião ordinária a realizar-se no Porto, pois as outras ocorreram em Guimarâes e Cinfães.
A inauguração oficial com sessão política e festa terá lugar no dia 18 de Setembro de 2010, sábado, pelas 18 horas. Chamamos todos a estarem presentes! E também todos a responderem às iniciativas de recolha de fundos e de assinaturas!
P.B.

Salvar o Tua



As recentes declarações da Ministra da Cultura, durante a inauguração do Museu do Côa, sobre a inevitabilidade da construção da barragem de Foz Tua são surpreendentes a vários títulos.

Surpreendem desde logo por serem proferidas pelo membro de Governo que mais sensível devia ser ao crime que a construção da dita barragem representa contra a cultura, contra a paisagem, contra a biodiversidade, contra o turismo e contra o desenvolvimento harmonioso regional de uma zona que integra parcialmente o Douro Vinhateiro, classificado pela Unesco como Património da Humanidade.

Surpreendem também por desvalorizarem a previsível classificação da linha ferroviária do Tua como Património de Interesse Nacional, na sequência da abertura do correspondente processo pelo Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), como se afinal o reconhecimento daquele “valor patrimonial de excepção” se pudesse varrer de uma penada como um incómodo menor na prossecução de interesses economicistas pouco claros.

Surpreendem ainda por menosprezarem as mais de 15 mil assinaturas de petições de nortenhos, e não só, que reclamam ponderação e bom-senso, ao mesmo tempo que ignoram os movimentos cívicos que vêm denunciando com tenacidade um desvario centralista feito de cimento e de arrogância.

E surpreendem, enfim, por provirem do membro de um Governo que sabe pertinentemente que o Plano da Dez Barragens, em que se inclui a do Foz Tua, foi alvo de uma queixa junto da Comissão Europeia, por violação da legislação da União em matéria ambiental, e que é sabido que os competentes serviços da Comissão nutrem vivas reservas em relação àquele Plano.

Se o lobby da EDP, das eólicas e das construtoras não tiver desta vez, pelo nosso silêncio, o ganho de causa com que conseguiu abafar o crime do vale do Sabor, essa queixa provocará a abertura de uma infracção e a eventual condenação do Estado português. Deve ser por isto, aliás, que a EDP anunciou a 24 de Julho o lançamento precipitado do concurso de empreitada para a construção da barragem do Foz Tua, numa clara tentativa de criar factos consumados e de aumentar a pressão em Bruxelas para que ali não se esqueçam do “pá-porreirismo” em que se afogou a infracção do Baixo Sabor.

À cota prevista de 200 metros da albufeira da barragem do Foz Tua, a linha ferroviária do Tua será inundada ao longo de 35 Km, bem como várias habitações das localidades de Amieiro, Brumeda, Ribeirinha, Longra, Barcel, Cachão e Frechas. O afundamento da linha do Tua representaria a estocada final na coluna vertical de Trás-os-Montes, o isolamento de populações, a destruição de um património cultural e paisagístico únicos, a agressão à biodiversidade e o fim de um projecto magnífico de desenvolvimento turístico local de uma região ímpar.

Os interesses da EDP, adjudicatária da obra, definidos em Lisboa com a conivência das forças centralistas, parecem ser majestáticos e acima da lei. Houvesse uma Região Norte instituída e outro galo cantaria. É por isso que alguns temem o surgimento de uma Região Norte e ainda mais o Movimento que crie o Partido do Norte. Para nós, a prioridade está no aumento da eficácia energética, em que estamos abaixo da média europeia e onde há uma margem importantíssima para economia a ponto de se reconhecer oficialmente que por cada euro investido em eficácia energética se poderia obter até oito euros de retorno em poupaça de consumos.
Mas esse não é o negócio da EDP e o centralismo prefere gastar umas centenas de milhões a destruir um vale precioso lá para o norte longínquo, com o bónus de ao mesmo tempo favorecer os interesses dos fabricantes de eólicas, as quais necessitam destas barragens de armazenamento, e de favorecer os interesses das construtoras e cimenteiras.

Entretanto, fazem mais um número propagandístico. Vai ser no Hotel Ritz em Lisboa em finais de Setembro, com convidados de marca a ladearem o Primeiro-Ministro e o Presidente da EDP, numa iniciativa financiada por esta empresa e pela Petrobras, a falarem de energias limpas como maneira de esconderem a sujeira que projectam para Trás-os-Montes.

Aquando do debate de 17 de Julho no Museu do Douro, na Régua, a propósito deste Plano das Barragens, alguém fez saber que tudo estava já decidido e que discutir o assunto era uma perda de tempo. A verdade, porém, é que as betoneiras ainda não foram ligadas no Tua, que a Comissão Europeia ainda não tomou posição, que a linha do Tua vai ser classificada como património de interesse nacional, que o Movimento Cívico pela Linha do Tua prossegue a sua luta corajosa em defesa do vale, e, sobretudo, que no Norte estão os nortenhos e que para lá do Marão mandam os que lá estão.

Francisco de Sousa Fialho

02 agosto 2010

Comunicado de Imprensa - MPN quer reforço dos poderes das Comissões de Coordenação Regionais

O Movimento pró Partido do Norte (MPN) congratula-se com o facto de algumas personalidades concordarem com o reforço dos poderes das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regionais (CCDR), visando preparar e acelerar a criação das regiões politico-administrativas no continente de Portugal, ainda durante a actual legislatura.

O MPN considera que o Norte está num verdadeiro estado de emergência económico e social, e que por isso não é possível esperar mais tempo pela aplicação no terreno de um Plano Regional de Desenvolvimento. Esse Plano, para ser eficaz, exige que quem melhor conhece o território (as CCDR's de cada região) coordene os vários organismos da administração pública, pertencentes aos diversos ministérios envolvidos.

Tendo em vista uma melhor coordenação (e também uma indispensável redução de custos), as CCDR's devem absorver as atribuições dos Governos Civis, extinguindo-se assim 18 entidades públicas no país, podendo os seus funcionários do quadro ser integrados nas CCDR's ou noutros organismos existentes em cada região. Para esta alteração estrutural será necessário que as CCDR´s passem a depender do Ministro da Presidência e que os Presidentes das CCDR's sejam (provisoriamente e até à criação das regiões administrativas) equiparados politicamente a Secretários de Estado, como exigirá a importância politica da suas novas funções.

O MPN vai solicitar uma audiência à CCDR-Norte para expor a razão desta proposta, que se alinha numa estratégia global de Reforma do Estado e da diminuição do défice público, através da eliminação e fusão de organismos e da diminuição do número de ministérios, ao invés do aumento de impostos, como tem sido seguido nos últimos 20 anos

01 agosto 2010

Forum do Movimento Pró Partido Norte

Caros companheiros,

Gostava de informar que já está disponivel um forum de discussão, referente ao nosso Partido.
Para tal, só terão que se registar e logicamente, participar com ideias, propostas, assuntos internos.
Poderão aceder na opcção "Forum", ou então podem clicar aqui, para entrarem no nosso forum.

Um abraço a todos,
Vitor Pinto

Sandra González Álvarez, alcaldesa de Tomiño: "As decisións importantes para Galiza séguense a tomar en Madrid"


Sandra González Álvarez, alcaldesa nacionalista de Tomiño, concurre no número seis na candidatura por Pontevedra do BNG ó Congreso dos Deputados. Valora a importancia destas eleccións xerais, nas que non dubida que "o éxito acadado polo BNG nas municipais en Tomiño, vai a ter unha influencia positiva sobre o resultado" neste municipio ribeireño e miñoto.

-¿Qué supón para vostede formar parte da candidatura nacionalista ás eleccións xerais?

-Unha honra e unha responsabilidade que os compañeiros e compañeiras pensaran en min para ir na lista por Pontevedra. Para o BNG, estas eleccións son tan importantes como as galegas do ano que vén, porque, aínda que nós quixeramos que fose doutra forma, moitas decisións importantes para Galiza séguense a tomar en Madrid, e é importante que o BNG decida alí. Os deputados e deputadas nacionalistas no Congreso servirán para garantir o apoio ao noso autogoberno para que alcance o nivel que teñen xa vascos e cataláns, así como para evitar políticas reaccionarias como as que promove o Partido Popular.

-¿Pensa que o feito de que vostede sexa candidata fará que se "dispare" o número de votantes tomiñeses nas xerais?

-O éxito acadado polo BNG nas pasadas eleccións municipais en Tomiño vai ter unha influencia positiva sobre o resultado destas eleccións. Ademáis se fomos capaces de levar adiante un cambio que parecía imposible despois de tantos anos, estou segura que tamén seremos capaces de cambiar moitos estereotipos respecto destas eleccións xerais.

-¿Cal será a mensaxe electoral que escollería para achegarse ós votantes do Baixo Miño?

-Estamos convencidos de que a xente se percata cada vez máis de que un BNG forte en Madrid é moi útil para defender os intereses de Galiza e polo tanto moi importante para a comarca do Baixo Miño. Temos que ser conscientes de que se o goberno central do PSOE inviste en Galiza é porque necesitou o apoio do BNG en votacións decisivas. Polo tanto é fundamental estar ben representados para ter capacidade de decidir.

- ¿Qué aportaría á zona contar con Sandra González como deputada nacionalista nas Cortes xerais?

-Ben, sería un excesivo optimismo pensar que o BNG vai obter seis representantes, pero polo noso traballo non vai quedar. A presenza do BNG en Madrid xa se notou nos investimentos do Estado en todo o país, e tamén na provincia de Pontevedra nos tres últimos anos. Por exemplo, os dous últimos exercicios orzamentarios contaron con partidas do Estado para agricultura, grazas ás negociacións que fixeron Olaia Fernández Davila e Francisco Rodríguez, que xestionou directamente a consellaría de Medio Rural, en concreto 10 millóns de euros o 2007 e 15 millóns para o 2008. Nunha comarca como a nosa, onde a agricultura ten un peso importante, iso é algo que temos que manter e mellorar.


(...in farodevigo.es)

A IDEIA DE NORTE

Ápice - Mário de Sá-Carneiro


O raio de sol da tarde
Que uma janela perdida
Reflectiu
Num instante indiferente -
Arde,
Numa lembrança esvaída,
À minha memória de hoje
Subitamente...

Seu efémero arrepio
Ziguezagueia, ondula, foge,
Pela minha retentiva...
- E não poder adivinhar
Por que mistério se me evoca
Esta idéia fugitiva,
Tão débil que mal me toca!...

- Ah, não sei por quê, mas certamente
Aquele raio cadente
Alguma coisa foi na minha sorte
Que a sua projeção atravessou...

Tanto segredo no destino duma vida
É como a idéia de Norte,
Perconcebida,
Que sempre me acompanhou...

 
 
"Poema lido no encerramento da Comissão Coordenadora de 31 de Julho de 2010"