21 junho 2010

Chutar para canto?

Das 16 medidas propostas pelo MPN para a redução da despesa político-administrativa do Estado (ver ali), consta o seguinte como seu ponto 10:

Reorganização administrativa territorial do país com extinção de grande número de municípios e freguesias através de fusões e criação de um pequeno número de novos municípios e freguesias de acordo com o processo de concentração metropolitana, podendo virem a adoptar-se novos modelos, mas que levem sempre a uma redução geral de pelo menos 1/3 das instituições municipais

Importa salientar que fomos os primeiros a assumir claramente a necessidade de um reavaliação da organização administrativa do território e do país. Obviamente em auscultação e de acordo com as populações.

Ora, de repente, apareceram outras vozes, no PS e no PSD, a falarem do mesmo assunto.
Seria caso, em princípio, para saudar tal facto. Pois eu fico de pé atrás. Partilho inteiramente com António Almeida Felizes (in "Regionalização:Municipalismo", ali) a desconfiança de que, vindo de quem vem e na forma e no momento que vem, esse repentino agitar por parte desses sectores de uma revisão do mapa municipal mais não seja do que um desviar de atenções para nos trocarem as voltas e se armarem em defensores de um municipalismo de undécima hora, com o mero fito de enterrarem a crescente dinâmica em torno da verdadeira prioridade, ou seja, a Regionalização.

A pedra de toque para destrinçar os que querem avançar dos que apenas pretendem atravancar é muito simples: que propostas apresentam esses senhores e esses partidos para se proceder à revisão constitucional que abra o caminho à urgente Regionalização, como condição de base fundamental para uma verdadeira reorganização político-administrativa do país?

Se a esse propósito nada responderem, fica claro que mais não querem que distrair as populações do que são as verdadeiras prioridades: o combate ao centralismo.

Francisco de Sousa Fialho

7 comentários:

  1. Eu estive presente no Grémio. Pretendi dizer: contém também comigo! Como Portuense filho de Portuenses há várias gerações, sempre me foi incutido o espírito da Honra e Justiça do Homem do Porto. Afinal, foi desta Cidade Invicta que partiram Todas as grandes revoluções. Foi com a audácia, o empreendedorismo, o visionismo e a coragem dos Homens do Porto que este povo se fez Nação.
    Por isso quero hoje deixar só uma mensagem: o presidente da edilidade mete-se nojo. Na eminência dos movimentos de cidadania, nomeadamente este que as Mulheres e Homens presente no Grémio são a bandeira mais visível, mas também daqueles que, a propósito da vergonhosa discriminção das portagens, se constituiram, e muto bem, para defenderem os seus ideais, pois dizia, Rio surge agora em bicos de pés a tentar tirar dividendos daquilo que é iminente: uma Revolta, genuína, popular e justa. Alertou (!) o governo para o facto das Gentes do Norte estarem "à beira de se poderem REVOLTAR" e que a questão das SCUT foi "a gota de água" no "tratamento discriminatório" de que a Região Norte tem sido alvo.
    Este e aqueles que compoem a Junta Metropolitana do Porto, que até agora se configuraram como autênticos lacaios do poder centralista lisboeta, vendo-se ultrapassados pelos acontecimentos, vêm colar-se ao movimento de utentes, neste caso, e até ao movimento Pró-Partido do Norte, tentando ganhar protagonismo. AGORA NÃO PRECISAMOS NEM QUEREMOS ESSES PALHAÇOS!

    Assim como Cavaco, aquando das comemorações do 25 Abril (penso eu) veio falar e chamar a atenção para o governo dedicar "algo mais ao Porto", este pateta já percebeu que esta Região está prestes a explodir. Só precisa da gota final. São décadas a sermos esbugalhados e vilipendiados, décadas a sofer do racismo imposto por uma capital com tiques colonialistas...
    Está a chegar a hora. Afinal quem é que quer vergar a cerviz? A Invicta jamais!

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  2. "fomos os primeiros a assumir claramente a necessidade de um reavaliação da organização administrativa do território e do país."

    Meu caro, só por muita distracção se pode escrever isto. ;-)

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  3. Ilustrando: um exemplo entre muitos, e de muita gente, este em 2004 - A Regionalização e a Descentralização. Mais tarde, em 2005, o tema foi também debatido na CCDRN. Mas muito antes, e inúmeras vezes depois, se debateu o tema.

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  4. Tanto melhor TAF; a nível de partidos, e é de partidos que estamos a falar, nunca conheci propostas naquele sentido

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  5. Convém lembrar que o MPPN ainda não é um partido. Logo veremos se chega ou não a esse ponto, seja na versão regional, seja na versão regionalista. ;-)

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  6. Contamos com a sua assinatura, caro TAF

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  7. Estranho...

    porque é que ainda há quem insista em querer ter a galinha antes do ovo?

    Se o Movimento ainda é um Movimento, por que é que tem de ser aquilo que ainda não é, embora pretenda ser [um Partido]? Haverá algo de errado nisso?

    Mentes rebuscadas, estas...

    Resposta: é porque há quem saiba

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