30 junho 2010

A ler

No Público
A comissão de utentes de transportes da margem Sul (CUTMS) defendeu a abolição da portagem da ponte 25 de Abril por considerar que a mobilidade é um direito básico e não pode ser taxada.

No Regionalização
Nenhum país da Europa arranjou as auto-estradas sem portagens como bode expiatório para pagar a crise. Também verdade seja dita que nenhum país (à excepção de Inglaterra) se lembrou de um modelo tão mal feito como este para financiar a construção e manutenção das estradas gratuitas. Mas os outros países, alguns em situação igual ou pior que a nossa, foram por outro caminho. Aumentaram a eficiência da máquina fiscal, taxaram a banca, cortaram no Estado Central, diminuíram os salários dos gestores públicos...

29 junho 2010

Ponte de Lima

28 junho 2010

Anita escreve aos grandes-chefes

Caro Zé,

Caro Aníbal,

o meu nome é Ana e nasci em Lisboa, mas vivi no Porto quase toda a minha vida. Foi lá que cresci, junto ao rio e ao mar; foi lá que estudei e aprendi tudo o que sei; foi a Norte que passei todas as minhas férias e foi também lá que me ensinaram os valores que hoje me regem.

Foi a Norte que me ensinaram que não se cruza os braços perante a adversidade; foi a Norte que me mostraram que, quando o ser-humano deixa que as mordaças da hipocrisia lhe calem a voz, perde terreno importante para as trevas da exploração; foi a Norte que percebi que a Honra tem muito mais a ver com a forma e a força com que arregaçamos os braços para trabalhar e ajudar o próximo, do que com a gravata que escolhemos para receber um cargo com o qual, afinal de contas, não sabemos bem o que fazer; foi lá em cima que sempre ouvi que não podemos deixar de lutar contra aqueles que nos pisam, que nos oprimem, que nos limitam, que nos reduzem a pouco quando somos muito. Tudo isto aprendi pela boca de pessoas várias, unidas em torno de valores comuns e de uma herança de combatividade (não apenas pela região, mas principalmente pelo próprio país); pessoas de diferentes cores políticas, profissões, estratos e condições sociais; pessoas que às vezes nem sabiam a importância do que me estavam a transmitir; pessoas que falam com o coração na boca e que, se tivessem o país nas mãos, fariam de nós algo ainda maior do que o que agora somos. Só porque sim – só porque os seus antepassados o fizeram sempre.

Tal como disse no início desta carta, foi no Norte que estudei. Mas não foi no Norte que arranjei emprego. Não é no Norte que estou a conseguir desenvolver-me e criar riqueza para o meu país. Não é a terra onde nasci que Norteia as minhas escolhas, nem é lá (ainda) que posso contribuir com as minhas capacidades, explorar o meu potencial ou rentabilizar a minha energia.

É que a Norte não há emprego. A Norte há poucas possibilidades de receber um bom salário. A Norte somos constantemente alvo dos caprichos da capital e acabamos sempre a pagar as favas dos amuos da vossa gente quando sente os bolsos mais leves. A Norte somos pior servidos de transportes e na prática acabamos por pagá-los mais caros. A Norte temos que fazer duplo-esforço para lutar contra o isolamento cultural e artístico e estóicamente ultrapassar violentos ataques e barreiras ao renascimento e desenvolvimento das indústrias que, um dia, alimentaram o país – isto é hoje tão evidente, que só não o vê quem, como os senhores, pura e simplesmente não quer.

Eu não me estou a queixar. Eu tenho dois braços, duas pernas, uma voz potente e três ou quatro capacidades que, certamente, me proverão o sustento mais tarde ou mais cedo. A Norte, pois claro. (Se tiver que ser a Sul, pois que seja, de fome não morrerei – mas o meu coração continuará no Norte e jamais me venderei como tantos dos vossos colegas de mexerico político). Basta os senhores olharem à história e terão diversas provas de que aqui em cima sempre estivemos bem acordados. Repito, não me estou a queixar, porque sei que mais dia, menos dia, esta situação terá um fim. O Norte será Norte e continuará a ser Portugal, mas um Portugal que não baixa a cabeça ao poder central e nem se governa pelo desgoverno que vem da Capital. Só mais uma vez, para que fique bem claro: eu não me estou a queixar – estou apenas a avisar. Junto a minha voz às de tantos outros que têm vindo a fazer avisos semelhantes, por motivos que, entre outros, se prendem com a subsistência e dignidade de uma Juventude que se recusa a apodrecer calada.

Estarão agora os senhores a pensar: “Bolas, a miúda está revoltada!”. Estou sim, meus senhores. Estou eu e os meus irmãos; o meu namorado; os meus vizinhos; os meus amigos; os amigos do meu namorado e os amigos dos meus amigos; os meus colegas de curso; os meus colegas de trabalho (temporário, claro); os meus companheiros de autocarro e de metro; os meus tios, primos e avós; todos os amigos e colegas deles; os meus pais e os seus amigos…somos muitos. E seremos cada vez mais.

Só para acabar, uma última ressalva: os senhores lembrem-se de que não estão a brincar com tostões. Estão a brincar com a vida de pessoas unidas pelo orgulho de, historicamente, sempre terem aceite de peito aberto a luta pela dignidade. Repito: de peito aberto; coração na boca; e o Mundo nas mãos.

Não roubo mais do vosso precioso tempo. Fá-lo-ei, certamente, com o próximo boletim de voto que me chegue às mãos.

Aquele abraço de fair-play,

Anita

A ler

No I
O presidente da Confederação de Empresários de Pontevedra, Espanha, afirmou hoje estar contra a introdução de portagens na A-28 (SCUT Norte Litoral), considerando que esta medida “rompe com o plano de mobilidade” existente na euro região Galiza/Norte de Portugal.

Em La Voz de Galicia
El Gobierno gallego considera que la implantación de peajes automáticos en las tres autovías del norte de Portugal será perjudicial para los usuarios de ambos lados de la frontera, por lo que cree necesarias medidas que mitiguen el impacto de esas tarifas aplicadas. Así lo manifestó ayer el presidente de la Xunta, que advirtió que ese peaje será «incómodo para os galegos». Via Regionalização.

Doutor Pedro Baptista no Porto Canal

Hoje (28-06-2010) no Porto Canal no programa "ESPECIAL DEBATE", pelas 22 Horas, o debate acerca a viabilidade económica do Norte e o Partido do Norte, com a participação do Doutor Pedro Baptista.

27 junho 2010

Os pró-anti regionalistas

Já anteriormente apresentei múltiplas razões para rejeitar as teses daqueles que passam o tempo a lamentar os lamentos [passe a redundância] dos adeptos da Regionalização com contraditórias alegações da falta de envolvimento dos cidadãos na coisa pública. E tenciono reforçar esse descrédito em tais teóricos por não vislumbrar seriedade argumentativa no que continuam a dizer e escrever.

Para começar, entram constantemente em profundas contradições. Ainda há poucas semanas tive oportunidade de detectar um desses teóricos portuenses a dissertar num programa de televisão uma coisa sobre a cidadania ,  e passados poucos dias a defender o seu contrário. Foi no Porto Canal, no programa do Jorge Fiel. Ontem, outro cidadão portuense conhecido pela sua ligação a festivais do cinema fantástico do Porto, escrevia num semanário local ser contrário à criação de um Partido Regional, repetindo a tese de que um Movimento Cívico seria mais eficiente por conferir aos cooperantes uma maior liberdade de pensamento e um menor apego ao Poder.

Realço daquelas declarações um insofismável facto que foi talvez a única conquista palpável que [ainda] sobra do 25 de Abril, não obstante a queiram agora fazer definhar: a Liberdade de Pensamento. Sendo isto uma realidade, por que é que esses "resistentes" à criação de um Partido Regional não admitem a possibilidade da criação de novas regras estatutárias onde as práticas do Poder possam ser substancialmente reformuladas? Um novo Partido, implica, do meu ponto de vista, novas ideias, novas regras de distribuição de Poderes. Para além dessas regras, a Regionalização, que é o principal objectivo do Partido do Norte  -, impõe, de per si, mudanças significativas nos órgãos do Poder, cujo aspecto mais relevante é , sem dúvida, o factor proximidade dos cidadãos com os centros de decisão.

O grande drama dos Movimentos Cívicos é estarem permanentemente condenados ao fracasso nos momentos em que se confrontam "face a face" com o Poder e tenderem a subdividir-se em outros Movimentos com a adjacente redução de força e representatividade popular. Por outro lado, os Governos apesar de se terem revelado ao longo dos anos de uma incompetência confrangedora, têm até hoje, sabido lidar muito bem com todos os Movimentos e controlam-nos quase sempre com relativo à vontade.

Como tal, só disputando o Poder com o Governo e os partidos existentes é que um Movimento poderá afirmar-se. O facto de ter de se confrontar com uma previsível e feroz oposição desses partidos provará que é temido, coisa que não acontece em relação aos Movimentos cívicos. Veja-se a "resistência" que o Governo continua a opor aos Movimentos contra as Scuts, apesar de apoiados pela maioria dos autarcas nortenhos de todos os partidos. Só que, os problemas do Norte não se reduzem infelizmente às portagens das Scuts, são muito mais vastos, e a Regionalização como já foi por nós diagnosticado não vai lá com promessas, conquista-se, e para se conquistar pacífica e democraticamente, só através da implantação de um Partido político.

A menos que esses anti-partidários de um Norte sem Partido que o defenda, continuem a acreditar nas suas promessas... Convenhamos: até a paciência tem limites.

 


26 junho 2010

A ler

No Faro de Vigo
La decisión del Gobierno portugués de introducir peajes en las autovías gratuitas para "consolidar las cuentas públicas" ha ocasionado una auténtica revolución social en el norte del país y va camino de traducirse en una grave crisis política. Via A Baixa do Porto.

No Jornal de Notícias
Xoan Vázquez, secretário geral do Eixo Atlântico: (...) E quanto ao pagamento subscrevo o que dizem os autarcas do Porto e Viana do Castelo, é mais um castigo para a população do Norte, que se soma a um outro, o adiamento sem data do TGV. O Governo português está a dar um tiro no pé, porque ao prejudicar o Norte prejudica o país. Via Regionalização.

Na Rádio Brigantia
O Movimento Cívico pela Linha do Tua desafia os autarcas dos concelhos atravessados pela via-férrea e os alcaides espanhóis, até Puebla de Sanábria, a unirem-se numa só voz para defender a reabertura, modernização e prolongamento da linha do Tua. Aquele movimento acredita ainda ser possível parar a construção da barragem do Tua. Via Associação de Defesa do Ambiente Campo Aberto.

25 junho 2010

Para que servem os Deputados ?

Será que os deputados eleitos nos circulos do Norte pelo Partido Socialista não se apercebem que o Governo, na questão das SCUTS, está a usar e prejudicar o Norte para provocar uma crise politica para ver se consegue fugir da situação insustentável que tem vindo a criar com a sua teimosa (mas fortemente apoiada em alguns sectores económicos) aposta no TGV e noutros investimentos megalómanos, e com a incapacidade que demonstra em pôr cobro ao centralismo despesista e irresponsável dos Institutos Públicos, EP's, EPE's, PPP's, Obervatórios, Unidades de Missão, etc., que se multiplicam com défices cada vez maiores e sem controlo ?

Como é possivel que esses deputados fiquem impávidos e serenos com a intrujice, que agora mais que nunca se revela, que é a introdução de portagens nas SCUTS só no Norte, onde os grandes beneficiários vão ser as empresas concessionárias das autoestradas ?

Num dia o Primeiro Ministro concorda que todas as SCUTS devem ter portagens com declarações a várias televisões, hoje já diz que não concorda, pois o PSD não lhe fez a vontade. Hoje repetiu a sequência de incorrecções que o Ministro das Obras Públicas tinha feito há dois dias atrás, sem mostrar qualquer pejo em continuar com inverdades mais que demonstradas.

Será que um deputado depois de ser eleito deixa de ter principios, quando estes estão a ser violados pelo Governo de forma tão grosseira e óbvia, e que afectam gravemente a região de onde foram eleitos? Vale tudo na politica ?

A Linha do Tua...

... no Verão de 2008.



23 junho 2010

Breve Nota

Apenas uma breve Nota para assinalar que no PUBLICO de ontem, numa notícia sobre revisão constitucional, da autoria de um dos "pesos pesados" do jornal - São José Almeida - a jornalista citava o MPN, expondo a posição do Movimento em relação à alteração de alguns dos pontos da CRP que propomos sejam alterados. É positivo e é importante ver um diário como o PÚBLICO a veicular opiniões do MPN. Mostra não só que este existe, como também que tem posições merecedoras de serem publicitadas.Por isso aqui fica o registo.

O Ministro das Obras Públicas não sabe fazer contas, ou é muito cinico !

Um país que se preze não pode aceitar ter um ministro das Obras Públicas que não sabe fazer contas, e que se resguarda em cálculos secretos para mascarar o seu cinismo e hipocrisia.
Como é que é possivel este ministro afirmar hoje que as portagens nas SCUTS a Norte respeitam critérios universais, quando vários concelhos atravessados por essas estradas têm um Poder de Compra muito inferior aos 90% da média nacional ?
Como é possivel afirmar que existem alternativas nessas SCUTS quando vários troços foram construidos mesmo em cima das antigas Estradas Nacionais, eliminando esses troços ?
Como é possivel insistir neste ataque cinico ao Norte, deixando centenas de quilómetros de Estradas, semelhantes a estas, sem quaisquer portagens, nomeadamente o IC19 e a CRIL na região de Lisboa, e dizer que os critérios são universais?

Este é um ministro que espelha bem o desprezo a que a máquina centralista do Terreiro do Paço tem pelas regiões mais pobres. É um ministro que pelas acções e decisões agrada e de que maneira às grandes empresas concessionárias que gerem as SCUTS e as Autoestradas, que assim vêm reforçados os seus lucros, sem terem que arriscar mais nenhum euro.
Este é um Ministro de um Governo que não tem nenhuma estratégia para o desenvolvimento económico das regiões mais pobres do país, que impõe politicas no ensino e na saúde que levam à desertificação do interior. É um governo que não corta nas despesas supérfulas do estado central, e apoia o despesismo incompetente nas empresas e institutos públicos, mas que tira ao Norte os fundos europeus que tanta falta fazem. É este o ministro cinico ou incompetente, que não investe nos caminhos de ferro desta região, e desvia esses fundos para um megalómano TGV que será sempre altamente deficitário nos próximos 20 ou 30 anos.

Os cidadãos do Norte têm o dever de denunciar este ministro e o seu cinismo, pois ele em vez de estar ao serviço de todo o país, prefere estar ao serviço do reforço de uma estratégia centralista, onde só uma oligarquia próxima do poder ganha, mas que até agora tem empobrecido sistemáticamente a maioria dos portugueses. É essa oligarquia centralista, interesseira, que vive á sombra do estado, ou seja de todos nós, que manobra continuamente junto dos poderes politicos, para conseguir adiar a regionalização do continente.

A batalha contra as SCUTS ainda pode ser ganha, para isso é preciso exigir a todos deputados eleitos no Norte e aos respectivos presidentes das camâras municipais, que se revoltem e se unam aos restantes cidadãos do Norte para impôr ao Governo o recuo nestas medidas. A conivência com o cinismo centralista que nos empobrece não pode ser mais tolerada nem recompensada.

Movimento Pró Partido Norte, participará em directo na TVI.

Hoje (23-06-2010), pelas 14h, um elemento do nosso Movimento, irá participar em directo na TVI, num programa sobre as SCUTS. O nosso representante irá intervir do Porto
Estejam atentos.

22 junho 2010

Trás-os-Montes e Alto Douro

Recentemente, numa clara atitude de arrogância colonial, e à revelia das autoridades locais, a EDP abriu um estradão nas margens do Tua causando uma ferida aberta na paisagem. Foi um acto típico de quem, a 500 km de distância, trata o território como se fosse um feudo medieval ou terra colonizada onde a vontade dos nativos não conta minimamente.

A EDP, empresa (significativamente) com sede na Praça do Marquês do Pombal em Lisboa onde, além da administração, emprega largas centenas de pessoas, tem uma significativa parte da sua capacidade instalada de produção hidroeléctrica (30% do total) no Douro. Esta empresa obteve em 2007 lucros líquidos superiores a 1100 milhões de euros. Desse total, segundo o economista Eugénio Rosa, 250 milhões foram obtidos, com a conivência do Governo e da Autoridade da Concorrência, à custa de preços da energia mais elevados que noutros países da União Europeia. Ora, uma parte significativa desse dinheiro foi directamente gerado em Trás-os-Montes e Alto Douro. Quanto é que lá fica ou é lá reinvestido? Praticamente nada.

A EDP actua colonialmente em Trás-os-Montes explorando os seus recursos naturais. A energia potencial das águas dos rios trasmontanos é o equivalente ao petróleo dos árabes. Alguém imagina os Emirados sem usufruir dos lucros do seu petróleo?

Trás-os-Montes está, como diz um amigo meu, numa situação colonial ainda pior do que estavam antigamente muitos territórios africanos. É que nesses ainda se criavam, embora mal pagos, numerosos empregos. No Douro nem isso. Para todas as Barragens do Douro a EDP tem cerca de 150 funcionários na Régua e no Porto (a maioria). Trás-os-Montes é espoliado dos seus recursos sem ser devidamente compensado. Calcula-se que o valor da energia lá produzida ascende a mais de 500 milhões de euros. Toda esta riqueza devia estar a pagar o desenvolvimento regional; a pagar a renovação da Linha do Douro e a reactivação da ligação a Barca D’Alva e Salamanca; a subsidiar a promoção do enorme potencial turístico de toda a Região.

Construir uma barragem no Tua, ainda por cima uma que pouco acrescenta à capacidade produtiva de energia eléctrica, arruinando para sempre um património ferroviário único no mundo que pode ser uma incalculável mais-valia para o turismo local como complemento, por exemplo, aos cruzeiros no Douro, será um crime patrimonial e económico. Infelizmente a mesma espécie de autarcas que deixou encerrar o caminho-de-ferro trasmontano a troco de promessas vãs, prepara-se, mais uma vez, para hipotecar o futuro com a miragem de uma albufeira ou dos postos de trabalho que, dizem, serão criados. Quanto a postos de trabalho e albufeiras para ver o que fica depois da fase de construção basta visitar o Pocinho e avaliar o deprimente deserto que lá resta. A única honrosa excepção de lucidez e bom senso reside no autarca de Mirandela.

A região trasmontana para terminar com esta inaceitável situação deverá tomar o seu destino em mãos, livrar-se destes autarcas submissos aos directórios dos partidos centralistas, exigir autonomia, auto-governo, autodeterminação e exigir o Direito a Decidir sobre os seus próprios recursos. Urge matar de vez o colonialismo interno que nos atrofia. Se se mantiverem na actual apatia só poderão queixar-se de si próprios.

António Alves

Empatar não é preciso

Há um importante detalhe que o Órgão Executivo do Movimento Pró-Partido do Norte não pode dar-se ao "luxo" de negligenciar desde já, que consiste em refrear os ímpetos perfeccionistas que eventualmente venham a verificar-se no seio dos seus militantes ou colaboradores. Este Movimento - que espero fervorosamente venha a constituir-se a breve prazo em Partido político -,  devia ter nascido há uma dezena de anos atrás, como tal, não deve perder mais tempo com questões de pormenor. O momento é de agir, não de discutir.  A acção terá necessariamente de ocorrer de forma firme, organizada  e coerente com o Manifesto do Movimento, mas com a máxima celeridade.

No interior da estrutura dirigente existem figuras políticas cujo perfil e experiência deveriam ser devidamente aproveitados para orientar os militantes mais jovens a quem seria passado o "testemunho"do know how para o futuro. As lideranças deverão ser naturalmente entregues à pessoas que estiveram na génese da criação do Movimento e sem quaisquer complexos, que por sua vez deverão eleger os elementos mais válidos e pragmáticos para os assessorar. Os preciosismos nestes momentos só servem para emperrar a "máquina", para empatar. Quem considerar ter algo a acrescentar de positivo ao Movimento que  preserve  a matéria  para momento oportuno. Agora, é hora de toque a reunir.

Recordo que foi por extravagâncias deste tipo que a Regionalização fracassou. Os "perfeccionistas" e resignados foram os melhores aliados do Centralismo. Diziam que o país era demasiado pequeno para ter regiões, e que a descentralização bastaria para tudo mudar. O resultado é o que se vê. Seria de grande utilidade para o Norte que agora reconhecessem [sem rancores] que estavam errados e deixassem o Movimento fluir naturalmente o seu curso.

O momento não é para discursos demasiado ambíguos e divisionistas. E muito menos para protagonismos inócuos. Há que ser prático e regionalista. Ser regionalista em momentos de profunda depressão como esta, é ser profundamente patriota. Não tenho a menor dúvida.


21 junho 2010

Chutar para canto?

Das 16 medidas propostas pelo MPN para a redução da despesa político-administrativa do Estado (ver ali), consta o seguinte como seu ponto 10:

Reorganização administrativa territorial do país com extinção de grande número de municípios e freguesias através de fusões e criação de um pequeno número de novos municípios e freguesias de acordo com o processo de concentração metropolitana, podendo virem a adoptar-se novos modelos, mas que levem sempre a uma redução geral de pelo menos 1/3 das instituições municipais

Importa salientar que fomos os primeiros a assumir claramente a necessidade de um reavaliação da organização administrativa do território e do país. Obviamente em auscultação e de acordo com as populações.

Ora, de repente, apareceram outras vozes, no PS e no PSD, a falarem do mesmo assunto.
Seria caso, em princípio, para saudar tal facto. Pois eu fico de pé atrás. Partilho inteiramente com António Almeida Felizes (in "Regionalização:Municipalismo", ali) a desconfiança de que, vindo de quem vem e na forma e no momento que vem, esse repentino agitar por parte desses sectores de uma revisão do mapa municipal mais não seja do que um desviar de atenções para nos trocarem as voltas e se armarem em defensores de um municipalismo de undécima hora, com o mero fito de enterrarem a crescente dinâmica em torno da verdadeira prioridade, ou seja, a Regionalização.

A pedra de toque para destrinçar os que querem avançar dos que apenas pretendem atravancar é muito simples: que propostas apresentam esses senhores e esses partidos para se proceder à revisão constitucional que abra o caminho à urgente Regionalização, como condição de base fundamental para uma verdadeira reorganização político-administrativa do país?

Se a esse propósito nada responderem, fica claro que mais não querem que distrair as populações do que são as verdadeiras prioridades: o combate ao centralismo.

Francisco de Sousa Fialho

18 junho 2010

Esquecer formalismos e procurar novos caminhos

Se há alguém que não se tem preocupado em esconder o seu cepticismo com relação às virtudes da nossa democracia - desculpem-me a imodestia -, esse alguém sou eu. É só vasculhar aqui neste mesmo blogue e não faltarão  diversos posts a comprová-lo. De tal modo, que considero completamente patéticas as citações feitas na imprensa aos discursos do senhor Presidente da República sobre o estado da nação. É-me indiferente. É por isso que acho muita piada àquelas flechinhas dos jornais com o mais e o menos  do que foi dito de relevante por diversas personalidades a respeito de determinado assunto.

Se quiserem saber porquê, eu concretizo. É que, para dizer coisas, estou cá eu e um batalhão de bloguistas por esse imenso espaço que é a Internet, e não recebemos nada por isso. Não é que defenda a lei da rôlha às figuras com altas responsabilidades no país, não me interpretem mal. O que já não suporto e até acho obsceno, é que um Presidente da República se limite a dizer umas palavras de circunstância partindo do infantil pressuposto que por as dizer o Governo e os cidadãos as tomarão em boa conta. 

Dados os poderes ultra limitados constitucionalmente estabelecidos à figura do Presidente da República, o impacto dos seus discursos junto de uma opinião pública racional não resulta mais objectivo do que a inevitabilidade da constatação da perda de alguém que já partiu e que ainda podia estar entre nós. É a velha história da avozinha que morreu. Não entendo portanto a razão pela qual os jornais perdem tempo a escrever sobre os recados ao país [e ao Governo] do Presidente, principalmente se também levarem em consideração a sua personalidade. Cavaco não é um homem de Estado é um carreirista e dá-se bem nesse papel. Não é homem para promover situações que possam comprometer o seu estatuto. Ele, é Presidente da República, e quer continuar a sê-lo até que o prazo dos mandatos se esgote, ponto. Não o chateiem.

É assim, e como é assim, só muito raramente e muito superficialmente, o senhor Presidente se lembrará de falar da crise nortenha e das libertinas discriminações a que está a ser submetido, até porque sabe que foi ele mesmo um dos seus principais mentores. Portanto, poupem-nos por favor à tentativa de relevar o que o senhor Presidente diz, porque, de facto, é irrelevante.

Apesar disso, e do meu pessimismo com a partidocracia, defendo que, quando os partidos políticos não nos representam convenientemente, há que procurar outras formas de representatividade.  A Democracia é sobretudo isso, é a renovação de ideologias e de partidos. E não percebo aqueles que sendo do Norte, que reconhecem a discriminação negativa que nos é movida há longos anos, com as consequências dramáticas que se conhecem, apareçam agora a contestar com receios infundados a pertinência da constituição do Movimento Pró-Partido do Norte. Uns, dizem [surpreendentemente] que o Movimento só pode atrasar o processo de Regionalização como se esse processo estivesse na iminência de avançar e não tivesse sido [há muito tempo],  tácita e constitucionalmente bloqueado. Outros, talvez por absurdo espírito de contradição, alegam que seria suficiente um Movimento cívico, como se já não existissem dezenas deles com  os resultados inconsequentes que se conhecem. Não perceberam, talvez porque ainda não ouviram ou leram o Manifesto do Movimento, que a ideia é mesmo assustar o Poder com mais um Partido a disputá-lo e despertar os partidos da oposição do laxismo em que todos eles se deixaram cair no que concerne à Regionalização. 

Este, não será pois [espero] mais um Partido qualquer. Será um Partido que nasce do inconformismo voluntário, quase espontâneo de toda uma região que está a ser discriminada por uma sucessão de governos centralistas com tiques megalómanos e regionalmente racistas cuja pertinência não deve ser posta em causa por ninguém, muito menos por aqueles que até aqui diziam baixinho não aceitar a condição de portugueses de segunda categoria.  O tempo de espera  e de expectativa expirou.  É chegado o momento de decidirem de que lado querem estar.

  

17 junho 2010

A diferença...!

Caros Amigos,

Salvo algum lapso involuntário, as seguintes vias com características de Auto-Estrada:
- Eixo norte-sul (todo)
- A1 (entre Lisboa e Alverca)
- A2 (entre Lisboa e Coina)
- A5 (entre Lisboa e Porto Salvo/Oeiras)
- A8 entre (Lisboa e Loures)
- A23 (toda)
- IC2 (todo, entre Lisboa e Póvoa de S.ta Iria)
- IC2, (todo, entre Almada e a Costa de Caparica)
- IC17/CRIL (todo)
- IC19 (todo, entre Lisboa e Sintra)
- IC21 (toda, entre Coina e o Barreiro)
- IC32 (toda, entre a A2 (Coina) e Alcochete)

não pagam qualquer portagem nem está previsto que venham a pagar. Estamos a falar de mais de 1000 km. Isto na Grande Lisboa. Percebe-se, é uma região desfavorecida do país, com poder de compra muito abaixo da média nacional...
Direitos iguais, deveres iguais! Se Lisboa não paga portagens, o Norte também não tem de as pagar!!!
Pagam todos ou não paga ninguém!!!

Convite/Debate - Feira do Livro no Porto 20 Junho 2010

SCUT: nortenhos desafiados a lutar contra «tratamento colonial»

(...TVI24 Online)
Movimento pró Partido do Norte denuncia discriminação criada pela instalação de portagens no Grande Porto

O Movimento Pró Partido do Norte desafiou esta terça-feira todos os nortenhos a lutarem «por todas as formas» contra a discriminação criada pela instalação de portagens no Grande Porto, rejeitando «este tratamento de tipo colonial».
Em comunicado citado pela Lusa, aquele movimento denuncia o que diz ser «o carácter discriminatório, selectivo e colonial de uma decisão arbitrária que nem sequer os próprios critérios legais de aplicação respeita».

«Se um dos critérios norteadores da decisão é a sua aplicação a regiões mais desenvolvidas, ela não podia ser mais infeliz, e mesmo cínica, tendo em conta o estado de depressão em que a região se encontra, a única região portuguesa que regrediu nos últimos dez anos no plano económico e social», sublinha o movimento.

«Já sabíamos que o Governo não tinha a mínima ideia da política de desenvolvimento regional necessária para o Norte do país, mas esta decisão demonstra, muito pior do que isso, uma atitude de afronta, insensibilidade e humilhação que faz lembrar a política colonial», acrescenta.

Para a organização, «os nortenhos não são portugueses de segunda. E a queda da economia nacional, com respectivo défice público e externo resulta, na sua maior parte, da queda do Norte, o grande motor produtivo e exportador do país».

«A política do Governo de extorsão ao Norte com a introdução selectiva de portagens é pois uma política contra o país. É mais um atentado à coesão nacional e uma recusa em promover um desenvolvimento sustentável e harmonioso em todo o território nacional», frisa.

O movimento «exorta também todas as autarquias e todas as forças políticas a unirem-se frontalmente contra esta medida, incluindo o Partido Socialista do Porto, que está veiculado explicitamente a uma decisão do seu último Congresso Distrital de repúdio pelas portagens na região, chamando a atenção para isso dos deputados eleitos pelo Porto e pelos círculos afectados».

Para esta organização, «além da questão das portagens, o que está em jogo é muito mais: é os governos saberem se podem continuar a política de extorsão do Norte que se tem vindo a verificar ou os governos perceberem que as coisas mudaram e a partir de agora vão ter de enfrentar a resistência nortenha e a exigência daquilo a que o Norte tem direito: a ser tratado por igual».

O movimento «considera ridículas as notícias deixadas hoje cair de que, mais tarde, outras regiões também serão afectadas com portagens, tentando fazer passar uma intenção de equidade. Não há mais tarde nem mais cedo, os portugueses são todos iguais face à lei e têm de ser tratados por igual».

16 junho 2010

Tempos difíceis, patriotismo e regionalismo

Recentemente o país oficial comemorou o 10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Dezenas de portugueses mais ou menos ilustres foram condecorados diante das mais altas individualidades do Estado e de centenas de convidados. Houve desfile militar ao qual assistiram, além das ditas individualidades, umas largas centenas de portugueses. Um número indeterminável de portugueses seguiu as cerimónias pela televisão, certamente mais do que se se tivesse dado o caso de o dia estar bom para esplanadas, passeios e praia. Se não fossem os assobios ao Primeiro-ministro e o discurso do Presidente ninguém diria que estávamos em crise.

Mas estamos. Vivemos a crise mais profunda desde 25 de Abril de 1974 e de isso se fez eco o Presidente no seu discurso. Da floresta de lugares comuns inevitáveis em discursos deste tipo sobressaíram três ideias força: a extrema gravidade da situação, a necessidade de sacrifícios para superar as dificuldades e a confiança na capacidade dos portugueses para, como no passado, ultrapassarem as adversidades. Destas ideias força fez o Presidente decorrer uma série de apelos e evocações, o "tocar a reunir" natural em qualquer comunidade ameaçada: apelos à coesão nacional e ao patriotismo dos portugueses, evocações repetidas e variadas do nosso passado comum.

Gostava de poder concordar com o que disse o Presidente. Não posso. E não posso não tanto pelo que foi dito como pelo que ficou por dizer. Num discurso de 1845 palavras o Presidente teve a bondade de dedicar 42, introduzidas de modo desgarrado, lá para o fim, aos problemas daquilo a que chamou "coesão territorial". Não resisto a transcrever: "A coesão nacional exige também coesão territorial. As assimetrias de desenvolvimento e a desertificação e o envelhecimento que ameaçam algumas zonas do interior não podem ser uma fatalidade. O desenvolvimento harmonioso de todas as regiões deve ser um desígnio de unidade nacional." E mais não disse, assunto despachado.
Reconheça-se um mérito ao Presidente Cavaco Silva: o da coerência com o Primeiro-ministro Cavaco Silva. Foi ele que em 1985 iniciou (antes disso não havia meios) a implementação da opção estratégica que algumas vezes vi referida como "Lisboa, grande capital europeia" e que desde então vem sendo seguida por todos os governos, independentemente da sua cor partidária. Basicamente trata-se da ideia peregrina de que, depois do fim do Império, a única maneira de preservar a independência e a coesão nacionais é fazer de Lisboa "um gigante num corpo de anão", como gostava de dizer, citando Oliveira Martins, um dos teóricos desta estratégia, o falecido Comandante Virgílio de Carvalho. Segundo esta tese, os portugueses do Minho ao Algarve sentiriam um renovado orgulho pátrio ao reverem-se numa capital rica, próspera e dinâmica. Lisboa seria o imane em torno do qual Portugal se manteria unido.

Esta agenda escondida, nunca abertamente enunciada, nunca publicamente debatida e nunca democraticamente ratificada, mas partilhada pelas elites dirigentes dos dois maiores partidos nacionais, explica toda uma série de opções e decisões de outro modo incompreensíveis: o volte face de Cavaco Silva e as hesitações de António Guterres em matéria de regionalização, as privatizações privilegiando os grupos económicos de Lisboa em relação aos do Norte, as grandes obras de regime em Lisboa, a concentração do investimento publico na zona de Lisboa, o desvio de verbas dos fundos comunitários para Lisboa, a instalação em Lisboa das duas agencias europeias com sede em Portugal, o novo aeroporto de Lisboa, a prioridade dada ao TGV Lisboa - Madrid sobre o Lisboa - Porto - Vigo (sem dúvida menos importante para a coesão nacional…), a aplicação selectiva do princípio do utilizador/pagador no caso das SCUTS. Seria possível detalhar mais, dar outros exemplos. Mas o que importa é sublinhar que esta opção estratégica foi implementada com um rigor e uma coerência raras em Portugal. E que deu resultados: o PIB da região de Lisboa rapidamente ultrapassou a média europeia; o resto de Portugal (salvo a Madeira) cresceu pouco ou regrediu; o PIB nacional quase estagnou nos últimos 10 anos; Portugal atrasou-se em relação aos outros países da UE.

Agora chegou a crise. Onde os outros países europeus se constiparam, a Grécia e Portugal - talvez os dois países mais centralizados da EU - contraíram pneumonias. As políticas acima mencionadas, seguidas nestes últimos 25 anos, são em grande parte a causa desta situação. Como muitos especialistas têm vindo a apontar, os sucessivos governos, ao favorecerem uma economia baseada em grandes empresas fornecedoras de serviços a um mercado mais ou menos cativo (sedeadas em Lisboa) ao mesmo tempo que abandonavam à sua sorte as empresas produtoras de bens transaccionáveis (espalhadas por todo o território nacional), não só colocaram Portugal no olho do ciclone como nos privaram do principal instrumento para reagir à crise: o aumento sensível das exportações. A rentabilidade duvidosa ou mesmo negativa de muitos dos investimentos públicos feitos e o peso excessivo do Estado vêm agravar ainda mais a situação.

Perante isto o que é ser patriota? Pedir sacrifícios aos portugueses deixando antever mais do mesmo uma vez vencida a crise? Ou colocar em causa o modelo vigente propondo uma reforma do Estado e novas opções estratégicas para Portugal? Os apelos do Presidente à coesão nacional soarão inevitávelmente a falso às mulheres grávidas de Elvas a quem o Estado diz para irem ter os filhos a Badajoz; aos portugueses de Valença que devem ir a Tuy para receber cuidados médicos; aos automobilistas do litoral norte que são os unicos a quem se aplica o principio do utilizador/pagador. Vitima de um autismo inquietante, a elite politica portuguesa parece não perceber os danos que 25 anos de centralismo feroz causaram na nossa sociedade.

Nem sempre o patriotismo está onde se espera. A história, que o Presidente tão frequentemente evocou no seu discurso, mostra-nos que, em momentos de crise da nossa Nação, muitas vezes os verdadeiros patriotas foram aqueles que não aceitaram o unanimismo que as circunstancias pareciam impor e tiveram a coragem de dizer “o rei vai nu”. O modelo que designei por “Lisboa, grande capital europeia” falhou redondamente. Já tinha falhado ao não assegurar o desenvolvimento harmonioso de todas as regiões. Já tinha falhado ao nem sequer assegurar uma melhor qualidade de vida à maior parte de aqueles que, à priori, poderiam dele beneficiar, os habitantes da região de Lisboa. A presente crise vaio cruelmente revelar que nem sequer é viável. Dizer alto e bom som que este modelo é em grande parte responsável pelas proporções que a crise mundial atingiu em Portugal e que há que mudar de vida através de uma regionalização que acabe definitivamente com o atavismo centralista do Estado português é quanto a mim uma das mais pertinentes formas de ser patriota no Portugal de hoje.


Jorge de Freitas Monteiro

15 junho 2010

Movimento pró-Partido Norte

Comunicado de Imprensa

A propósito da tentativa governamental de passar a cobrar portagens nas SCUT do Norte Litoral, o Movimento pró-Partido Norte vem mais uma vez denunciar o carácter discriminatório, selectivo e colonial duma decisão arbitrária que nem sequer os próprios critérios legais de aplicação respeita.

Se um dos critérios norteadores da decisão é a sua aplicação a regiões mais desenvolvidas, ela não podia ser mais infeliz, e mesmo cínica, tendo em conta o estado de depressão em que a região se encontra, a única região portuguesa que regrediu nos últimos 10 anos no plano económico e social.

Já sabíamos que o governo não tinha a mínima ideia da política de desenvolvimento regional necessária para o Norte do país, mas esta decisão demonstra, muito pior do que isso, uma atitude de afronta, insensibilidade e humilhação que faz lembrar a política colonial.

Ora os nortenhos não são portugueses de segunda! E a queda da economia nacional com respectivo défice público e externo resulta, na sua maior parte, da queda do Norte, o grande motor produtivo e exportador do país.

A política do governo de extorsão ao Norte com a introdução selectiva de portagens é pois uma política contra o país. É mais um atentado à coesão nacional e uma recusa em promover um desenvolvimento sustentável e harmonioso em todo o território nacional.

O Movimento pró-Partido do Norte exorta todos os nortenhos e todos os portugueses a lutarem por todas as formas contra esta discriminação, rejeitando este tratamento de tipo colonial.

Exorta também todas as autarquias e todas as forças políticas a unirem-se frontalmente contra esta medida, incluindo o Partido Socialista do Porto que está veiculado explicitamente a uma decisão do seu último Congresso Distrital de repúdio pelas portagens na região, chamando a atenção para isso dos deputados eleitos pelo Porto e pelos círculos afectados.

O Movimento pró-Partido do Norte considera que, além da questão das portagens, o que está em jogo é muito mais: é os governos saberem se podem continuar a política de extorsão do Norte que se tem vindo a verificar ou os governos perceberem que as coisas mudaram e partir de agora vão ter de enfrentar a resistência nortenha e a exigência daquilo a que o Norte tem direito: a ser tratado por igual.

Finalmente, o Movimento considera ridículas as notícias deixadas hoje cair de que, mais tarde, outras regiões também serão afectadas com portagens, tentando fazer passar uma intenção de equidade. Não há mais tarde, nem mais cedo, os portugueses são todos iguais face à lei e têm de ser tratados por igual.

15 de Junho de 2010-06-15

Pela Comissão Coordenadora

14 junho 2010

Cybercentro de Guimarães/ Localização do local da Reunião dia 19

A importância da Comunicação

NOTA PRÉVIA - neste breve apontamento utilizo a palavra marketing no seu real significado e não na errónea acepção, tão difundida em Portugal, de que marketing e publicidade são sinónimos.

"Não chega fazer um bom produto sem o dar a conhecer e sem o valorizar". Esta afirmação é válida tanto para uma fábrica de detergentes como para um partido político. Por isso, um dos importantes capítulos do marketing é precisamente a Comunicação, que um Autor definiu como " o conjunto de sinais emitidos (...) em direcção a todos os alvos".
Itálico
Um Movimento/Partido como o nosso, em todas as fases da sua vida mas sobretudo no início quando é desconhecido da maioria e é uma incógnita para grande parte dos que o conhecem apenas de nome, tem de prestar especial e prioritária atenção à Comunicação.

Qual a mensagem a passar? Obviamente que dependerá do posicionamento que o partido decida adoptar. Sem pretender opinar, de momento, sobre esta questão, apenas enfatizarei que parece realístico considerar que os nossos alvos são heterogéneos e portanto os nossos sinais ou serão diferenciados conforme os alvos, ou então terão de ter três ou quatro ideias-força, lógicas e objectivas, capazes de ser entendidas por toda a gente. Não podemos cair na tentação de enviar sinais que só sejam descodificados por elites intelectuais.

Além da definição do teor da mensagem, há outras decisões a tomar dentro deste capítulo. Por exemplo, há que definir o vector que encaminhará as mensagens até ao receptor. Há muitos e variados meios, pelo que importará decidir quais os que serão utilizados, como, quando, e em que condições.

Importante factor no marketing, a Comunicação terá de ter o seu espaço na definição estratégica do MPPN.

O delírio já não tem limites...

O delírio já não tem limites...









«O secretário de Estado dos Transportes, Correia da Fonseca, afirmou hoje que a Alta Velocidade é “uma realidade” e que a Terceira Travessia sobre o Tejo é “inevitável” e “vai ser feita”.»
...
Carlos Humberto defendeu que a Terceira Travessia é uma necessidade de longa data que se deve tornar “irreversível”, salientando a importância do investimento público numa altura de crise.
“A AML* precisa de estímulos e os investimentos não devem parar, devem ser acelerados. Tem que se minimizar as assimetrias e esta estação multimodal será uma centralidade”, concluiu.»
*Área Metropolitana de Lisboa

Esquecer a clubite, fazer um grande manguito às Scuts, e pensar na região

Como diz, e bem, neste artigo  [JN], Carlos Abreu Amorim, o dever de cidadania exige que se lute contra as decisões injustas dos Governos. Suponho que a "consideração" do executivo de Sócrates de brindar em exclusivo o Norte com as portagens nas SCUTS já nem sequer merece discussão. Essa fase, foi rapidamente ultrapassada pela obscena discriminação de que a decisão se revestiu. Mais. Pessoalmente, tomo esta atitude como uma provocação despudorada às populações da nossa região, resultante do laxismo das elites locais com a consequente perda de protagonismo para o país.

Alguns nortenhos - vá-se lá saber porquê -, parecem ainda não ter percebido que os sucessivos desvios de verbas destinadas ao Norte para a região de Lisboa a par de toda a sorte de obras faraónicas despesistas e irracionais para a mesma região, mais não foram do que subtis testes à nossa dignidade e capacidade de tolerância. 

Foi por não termos reagido antes, por outras razões, incluindo [convirá lembrá-lo], as decisões arbitrárias  da Procuradoria Geral da República de instaurar processos judiciais como o Apito Dourado exclusivamente aos clubes do Norte, que o centralismo  estendeu agora os seus tentáculos noutras direcções. Foi  também por Rui Rio querer ser politicamente correcto com as elites de Lisboa que o Porto se fragilizou . Foi por Rui Rio ter vencido três mandatos seguidos, com os votos desses nortenhos desnorteados, que o Porto perdeu protagonismo político e económico. Quem não quiser admiti-lo, continuará a enganar-se a si mesmo e a prejudicar o Porto. É chegado o momento de admitir o erro e de procurar outras alternativas.

Se o futebol, com os seus peculiares afectos, constituir um factor de divisão para a causa do Norte, é porque os nortenhos estão mais interessados no clube do que na região, e esse, será um problema que terão de decidir de moto próprio. Os portuenses não podem culpar-se por serem adeptos do FCPorto, do Boavista, do Leixões ou do Salgueiros, porque adoptaram por clubes próximos das suas raízes. Nem tão pouco os portuenses afectos a clubes de regiões mais afastadas se devem excluir desta causa - que é de todos os nortenhos -,por razões clubísticas. 

Seria fantástico, um hino à noção de cidadania da Região, se os nortenhos fossem capazes de separar as águas, de esquecer momentaneamente rivalidades futebolísticas, de reconhecer a importância de  se unirem em defesa de um outro "clube" bem mais relevante para o seu futuro : o "clube" do Norte, que é como quem diz, o Movimento Pró Partido do Norte. 

E para começar em grande, dirigindo-se todos à rua, para fazerem um  grande manguito ao Governo recusando categoricamente os chips e as portagens nas Scuts.

13 junho 2010

Que traz o Partido Norte no seu ventre?

Eu diria que o Partido Norte é mais que uma pedrada no charco de um situacionismo mole e instalado, cúmplice e corrupto, que tem arrastado o Norte e o país para um declínio e um desânimo como há muito já não viamos.

O Partido Norte é um abrir de portas e janelas para arejar o ar bafiento de um Estado obeso, auto-complacente e arrogante no seu centralismo, autista face à realidade, laxista, despesista e amiguista.
O Partido Norte quer ser a voz dos que não se entregam, quer ser a escada dos que decidem saltar fora da panela antes de ficarem definitivamente cozidos ao lume brando da mentira, do nepotismo e da manipulação.

O Partido Norte podia ser o Partido Sul, ou o Partido Interior, ou o Partido Alentejo ou Algarve, mas é Partido Norte porque somos do Norte e é ali que sentimos na pele e no nosso dia-a-dia as consequências desastrosas de políticas e de decisões que ignoram o país que somos todos, os do norte, os do sul, os do centro, os do interior.
O Partido Norte pode ser um exemplo e um incentivo para que outros, que como nós sentem esta frustração de promessas não cumpridas e de compromissos sistematicamente violados, se reunam, discutam, se organizem e se decidam a não esperar por D. Sebastião e ‘invadam’ os jardins do poder, entrem pelo Estado adentro e recuperem a soberania que lhes pertence.

O nosso país sofre há tempo demais essa miragem de que a capital tem o monopólio do saber e da competência e que é ali que se devem concentrar todos os esforços e os recursos.
Nós recusamos esse Estado Central, esse Estado que desconfia dos seus cidadãos quando os não arregimenta, nós reivindicamos o Estado como ‘res publica’, ou seja, como coisa de todos os cidadãos e é por isso que propomos que as Regiões se institucionalizem como protagonistas do poder político e administrativo da nação. Porque somos o Povo e somos capazes.

É isso que o Partido Norte traz no seu ventre : uma outra maneira de ver e de construir o Estado e de exprimir a vontade comum dos portugueses, uma outra força para nos libertarmos dessa teia de interesses de grupo que se amontoam e se acotovelam à mesa de um Orçamento que devia ser de todos nós porque somos todos nós que o alimentamos.

A nós, que somos do norte, a tarefa urgente de erguer a Região Norte, lutar pelo seu desenvolvimento e reclamar a sua condigna representação nos assuntos de Estado. Aos nossos outros compatriotas a tarefa de afirmarem os seus direitos e os seus interesses. O país precisa de nós todos.

Francisco de Sousa Fialho

12 junho 2010

Qual poderá ser a ideologia do Movimento pró Partido do Norte ?

Vamos começar por dizer algumas das ideologias que não queremos ter como nossas :

a) Não queremos ideologias que facilitem o compadrio e a incompetência no Estado
b) Não queremos ideologias que permitam e até incentivem o despesismo no Estado
c) Não queremos ideologias que premeiem o oportunismo na atribuição de subsidios
d) Não queremos ideologias que façam a apologia da desertificação do interior
e) Não queremos ideologias que promovam as desigualdades entre as regiões
f) Não queremos ideologias que tudo reenvidicam mas em nada se responsabilizam
g) Não queremos ideologias que produzem dividas públicas gigantescas que comprometem o futuro dos jovens
h) Não queremos ideologias que pratiquem o facilitismo e a indisciplina nas escolas

Foram essas ideologias que trouxeram o país para a situação insustentável em que se encontra, e por isso não as queremos.

O Movimento pró Partido do Norte é uma força politica que através do seu Manifesto (pelonorte.blogspot.com/2010/05/movimento-pro-partido-do-norte.html) e das 16 Medidas de Redução da Despesa (pelonorte.blogspot.com/2010/05/dezasseis-medidas-para-reducao-da.html) apresentou de forma clara as principais linhas programáticas que defende para o Norte e para Portugal.

Para os nossos criticos apressados aconselho-os a nos contestarem no campo das propostas que já apresentamos e não de um forma que denota uma pseudo-superioridade provinciana, completamente desajustada num país democrático e livre.

Delírio provinciano e centralista


A imagem acima representa a Península Ibérica vista de noite. A iluminação nocturna é um bom indicador de actividade económica e concentração populacional. Na Ibéria existem 3 grandes regiões. Uma que vai da Corunha a Lisboa (Com o eixo Braga-Grande Porto-Aveiro no seu fulcro), outra no centro - Madrid -, e a região que vai da Catalunha até Lyon na França.

A linha azul representa a putativa linha de TGV Lisboa-Madrid que o governo de Lisboa insiste em querer levar por diante. Este traçado é excêntrico ao centro demográfico e económico do nosso território e deixa mais de metade da população portuguesa de fora. Para todos os que vivam entre Viana do Castelo e Coimbra esta linha não tem qualquer interesse prático. Será irracional percorrer mais de 900 km de comboio para chegar a Madrid quando se está a escassos 550 km da grande cidade castelhana. Se a crise económica não impedir este delírio provinciano e centralista teremos nós que o impedir para não hipotecarmos ainda mais o futuro dos nossos descendentes.

11 junho 2010

A Regionalização passa a ser competência do Partido do Norte (e de outros que vierem) e não moeda de troca e traição entre os partidos da situação. Esta é que é a mudança que eles temem Esta é a nossa força. (JPdS).

(CARLA SOARES... JNOnline)
Políticos dizem que partido regional é um mau caminho


Políticos da Esquerda à Direita rejeitam a criação do Partido Norte, considerando que não faz sentido no sistema português e que irá, inclusive, prejudicar a defesa da regionalização. Por sua vez, o movimento propõe uma alteração constitucional que facilite esta reforma.

O Movimento pró-Partido Norte, liderado pelo socialista Pedro Baptista, colhe a mesma crítica do PSD, do PS, do PCP e do BE.

O líder distrital do PS/Porto, Renato Sampaio, argumenta que, para além da Constituição não permitir criar partidos regionais, "não há necessidade de mais nenhum partido, quer seja no Norte, no Centro ou no Sul". "É uma aberração", reage, alertando, por outro lado, que "discursos tão regionalistas" e "radicais afastam as pessoas da regionalização", reforma defendida pelo movimento. O deputado social-democrata Agostinho Branquinho considera "errada a limitação constitucional à criação de partidos regionais". Porém, "neste momento, não se justificam" e seriam "irrelevantes" na actuação política. No caso específico do Partido Norte, julga que seria lesivo para a regionalização "porque, ideologicamente, é um saco de gatos" e "pode descredibilizar o processo".

Rui Sá, dirigente do PCP, crê que "os partidos regionais podem dificultar o processo de regionalização porque um dos papões apresentado tinha a ver com o desmembramento do país". E vê "associadas ao eventual partido" as forças partidárias que, "em Lisboa, mais criaram dificuldade" ao desenvolvimento do Norte.

Para João Teixeira Lopes, do Bloco de Esquerda, um partido regional "é péssimo para a região". "Penso que os próprios impulsionadores estão apenas a fazer pressão sobre os partidos para que se dediquem à regionalização. Não acredito que avancem para um partido", disse, ao JN.

"Argumentos bairristas"

Adepto da regionalização, nota que ela "não serve para criar um partido". E quem "aspire ter representação no Parlamento precisa de pronunciar-se sistematicamente sobre todos os temas". Além disso, lembra que o chumbo no referendo de 1998 deveu-se aos "argumentos extremamente bairristas". E "não é com este tipo de postura que nós vamos lá".

Também Fernando Gomes, ex-presidente da Câmara do Porto, crê que um partido regional "não é o melhor caminho" e "pode levar a que o país fique ainda mais dividido do que aquilo que estava no referendo" sobre a regionalização. O que é preciso, defende, "é convencer os dirigentes dentro de cada partido", em vez de "dar argumentos" a quem está contra.

Silva Peneda, antigo ministro social-democrata, nota que "Portugal não tem tradição deste tipo de fenómeno (partidos regionais). E "para criar regiões, o que é preciso é um grande entendimento".

Já Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto, diz que o novo partido "é o resultado das pessoas já não acreditarem que vá haver regionalização" e concluírem que "é preciso, ao nível do sistema político, encontrar solução para o centralismo".

Paulo Morais, social-democrata que apoia o movimento mas continuará no PSD, pede uma alteração constitucional que permita criar partidos regionais e considera benéfico um partido que "defenda os interesses do Norte".

Pedro Baptista admite, porém, que o movimento poderá não esperar por uma revisão, criando o Partido Norte já em Outubro. Crê que a interpretação do texto constitucional deixa margem suficiente para isso e, em caso de chumbo, irá "recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos".

Em breve, apresenta "um mini-projecto de revisão constitucional" para retirar do referendo sobre as regiões a exigência de dupla maioria. Mas garante que o movimento "defende mais" do que a regionalização, "instrumento de desenvolvimento do Norte e do país". E acusa os partidos de "nada" fazerem por esta reforma.




Eis os Comentarios...!

Joaquim Pinto da Silva

"Quem jurou defender a constituição, onde a regionalização está inscrita?Quem é eleito por distritos, e na Assembleia apenas defende o que lhe dita a cúpula partidária?Como é que ignoram que mais de 95% dos elementos do movimento para o P Norte nunca estiveram nos actuais partidos políticos?Quem é que disse que a existência de um Partido do Norte é contra o país?O Partido do Norte vai ocupar um espaço político e ideologico vago, mas, é claro, vai tirar votos e, pior que tudo para "eles", vai tirar-lhes postos.Mas o PN quer uma outra política, com gente nova (em idade , em ideias e em seriedade), com fim de mordomias e postos de favor.O PNorte quer uma bússula para o país.Leiam http://pelonorte.blogspot."

Anónimo
Estes patuscos que são contra os partidos regionais fazem lembrar aqueles japoneses que continuavem aos tiros na floresta sem perceber que tinham perdido a guerra...JAC

OBSERVADOR 5
"DE ACORDO COM 1 NOVO PARTIDO DO NORTE! Como fazia sentido 1 Partido do Algarve sao 2 regioes muito procuradas para os politicos se Governarem ,onde estao instalados lugares partidarios onde se ganha muito dinheiro,e os algarvios encontram-se a procura de 1 emprego e ja nao a para empregadas de limpeza e empregados de mesa.A globilizaçao ( 1 palavrao) sera tambem com partidos Regionais."

Francisco Sousa Fialho
"É engraçado que digam que o partido do Norte é um saco de gatos. Provavelmente dizem-no por haver lá pessoas de diferentes perfis ideológicos. Como se isso fosse impeditivo de defender os interesses de uma Região que tem sido mal-tratada e humilhada pelos políticos instalados nos partidos centralistas CDS, PSD, PS, PCP e Bloco. Mais piada ainda tem essa de dizerem que o Partido do Norte dificultaria a Regionalização e que seria melhor estarmos todos sossegadinhos e calados enquanto essas luminárias tratariam do assunto, que como se tem visto é apenas deixar apodrecer a situação tal como está. Bem vindo seja o Partido do Norte e que seja uma força contra os situacionistas da treta e que nunca esmoreça a sua voz"


Andre Pinto
"OS PARTIDOS NÃO QUEREM O NOVO PARTIDO DO NORTE PARA NÃO PERDEREM VOTOS E OS SEUS PRIVILEGIOS. O NORTE COMEÇA A DAR PASSOS PARA ACABAR COM A INJUSTIÇA QUE NOS TEM SIDO FEITA. Região Norte é desprezada, pelo poder político. Os Nortenhos (Porto) têm um nível muito inferior aos Lisboetas, até parece que não vivemos no mesmo País. Os Portugueses do Norte têm de emigrar para Lisboa, para conseguirem sobreviver, pois em Lisboa, não falta trabalho, praticamente só não trabalham os malandros. FORÇA PARTIDO DO NORTE. NÓS TAMBÉM SOMOS PORTUGUESES..."

UK
"Estes politiqueiros da assembleia de república,estão aflitos com o partido do norte,Porquê? estão vendo tapete a fugir dos pés,lá vai o TACHO,a ABERREÇÃO,dete país são voçes aí na AR,não defedem o povo só defendem os tachos."

Laurinda Freitas
Em todo o País existem pessoas inteligentes, e medíocres, pessoas com ética, e com uma ausência total de ética. Sou do Norte; Trabalhei durante trinta e cinco anos numa empresa, em que nos primeiros vinte anos os seus dirigentes eram do Norte, entretanto, essa empresa foi invadida por dirigentes vindos de Lisboa. Esses dirigentes eram, medíocres e pessoas desumanas. Tenho ouvido dizer que as pessoas do Norte são mais inteligentes, determinadas, sinceras, etc. A competência que vi nos dirigentes vindos de Lisboa, foi de fazerem manobras contabilísticas. Por coincidência, foram esses dirigentes, que nos últimos 10 anos, me trataram como ESCRAVA. "


Joaquim Pinto da Silva
"Quem jurou defender a constituição, onde a regionalização está inscrita?Quem é eleito por distritos, e na Assembleia apenas defende o que lhe dita a cúpula partidária?Como é que ignoram que mais de 95% dos elementos do movimento para o P Norte nunca estiveram nos actuais partidos políticos?Quem é que disse que a existência de um Partido do Norte é contra o país?O Partido do Norte vai ocupar um espaço político e ideologico vago, mas, é claro, vai tirar votos e, pior que tudo para "eles", vai tirar-lhes postos.Mas o PN quer uma outra política, com gente nova (em idade , em ideias e em seriedade), com fim de mordomias e postos de favor.O PNorte quer uma bússula para o país.Leiam http://pelonorte.blogspot."


Adelino Ferreira
"Estou completamente de acordo. A grande preocupação dos partidos é o de lhes tirarem votos e muitos medíocres perderem os seus tachos. O Norte foi abandonado pelos políticos. Criaram estratégias para que o Norte perdesse muitos postos de trabalho, com pessoas de grande competência na liderança. A alguns anos atrás, as grandes empresas eram obrigadas a terem um número de administradores locais conforme o número de funcionários da empresa. Actualmente as sedes das grandes empresas estão centralizadas em Lisboa com os seus principais dirigentes. Agora, bancos, seguradoras, etc. estão em Lisboa, e as pessoas do Norte com competência de liderança, têm de emigrar para Lisboa se quiserem arranjar trabalho... Basta!.. Não à pobreza no Norte..."


Portugues
"O Norte foi sempre o capital de Portugal e Lisboa a sangue suga de Portugal. Já é tarde mas ainda vamos a Tempo de Fazer Algo pelo Norte e cá estaremos para apoiar o Norte, pois Lisboa sem as Regiões é um fosso total por que nada produz e tudo explora. É tempo de dizer a Lisboa que o Norte, o Interior, e outras Regiões também são Portugal e há que Respeitar as Pessoas e as Regiões. Quanto à leitura do TC já se sabe que o PS instrumentalizou tudo porque a Regionalização é-lhe prejudicial, mas a Constituição não proíbe como diz o TC instrumentalizado. Vamos em Frente para um Partido do Norte com Gente do Norte e que não seja subserviente de Lisboa e do Sul como muitos o são, sim, são do Norte mas concorreram por Outras Regiões diferentes."


manuel vieiram
"Para quem diz que é do norte deve estar muito bem enrraizado com os que defendem os mamões do sul,pelo que tenho conhecimento e é um facto consumado todas as gr.empresas e bancárias tiveram que deslocar as suas sedes p Lx.porque doutra forma ficavam a ver navios,conclusão vejam ao que chegou o Porto e o norte...esperemos sentados."

Anónimo

"Parte das pessoas que povoam Lisboa é oriunda das Beiras, logo, serranos. Não sejam parvos, ou pensam que por morar em Lisboa são melhores que os outros?"


Revenger
"E nós vamos fazer um partido do Sul. Só que o do norte é lá para os tais do Porto, porque Norte, Norte, não são eles, há muito Português acima deles e não vão nas cantigas desses oportunistas.É como a gente cá de baixo, se os de Lisboa são mouros para os do Porto, nós cá do Algarve seremos para eles o que? Pois eu sou tanto ou muito mais Português, do que se intitulam os tripeiros, como o são os Minhotos e os transmontanos. Deixem-se parvoíces. Temos de lutar por um único país, pelo bem de todos os Portugueses e deportar todo aquele que veio para a nossa terra, só com a ideia de nos roubar e criar clima de insegurança. Queremos gente de bem e são bem vindos, os que vierem por bem. Sejamos felizes."

Alva
"Os "artistas de variedades" são TODOS contra o "partido do Norte" mas em 30 e tal Anos de Abrilada a única coisa que fizeram, todos eles, foi estropiar o Norte e o Porto. O Trotzkista -mor, então esse, tem brilhado ao mais alto nível : .... Sacou os Fundos Europeus para o Norte e levou-os para Lisboa......e ainda teve o descaro, na última campanha eleitoral de vir ao Porto, perante um bando de palermas ululantes, dizer que a Cidade "estava parada"....Pudera !!!! Vigarista político...... Para quem tem MEMÓRIA lembro que o programa dos Abrileiros tinha os 3 Ds - o 3º D era "desenvolvimento"......É procurá-lo num Paízinho Centralizado ao extremo e Desertificado em grande parte......Que vão para o raio que os parta....."

Mário Nogueira
"Não me parece que este seja o tal partido que vá defender o NORTE.Será mais a area metropolitana do Porto e os seus acólitos.Do Norte sou eu,mesmo do Norte e ao longo desta vida raramente,muito raramente mesmo,vi alguém do Porto ou arredores a defender o Alto-Minho.Enfim,mais um saco de gatos...."

Investir no jornalismo de proximidade

Clicar sobre a imagem [Grande Porto] para ampliar

A interferência do poder centralista de Lisboa na autonomia da comunicação social nortenha, com especial incidência no Grande Porto é, há vários anos, na minha opinião, uma das principais causas da perda crescente de protagonismo e empobrecimento económico-social da nossa Região. Não foram poucas as vezes que dediquei ao tema a minha maior atenção em escritos ou simples opiniões.

Seria bom, que, em lugar de andarem para aí, de debate em debate, a dizer disparates, distribuindo indiscriminadamente responsabilidades, para aligeirar as próprias, sobre o comatoso estado da Nação, as elites começassem a fazer jus ao estatuto de que gozam e investissem a sério na comunicação social da região.

Permitam-me recordar que são as elites [grandes empresários e políticos], os maiores responsáveis pela situação deprimente que o Norte está a passar. A culpa, não é dos outros, mas é sem dúvida mais de alguns do que de todos...

De uma entusiasta de Santa Maria da Feira.

(29 de Maio de 2010)

... Estou interessada em integrar a v/ movimento Pró Partido do Norte, tive conhecimento do v/ movimento através da comunicação social e congratulo V. Exas. com a criação de tão importante movimento, para os nortenhos e quem vive o Porto e Norte como merece, movimento este que a tanto ansiávamos para a Região Norte e principalmente para a Cidade Invicta, Porto.


Convicta de que são as causas mais nobres que fazem a diferença e podem impulsionar o desenvolvimento, justo e equilibrado que todos ansiamos em prol do desenvolvimento de um País na sua totalidade e não parcialmente, que me disponibilizo para apoiar, trabalhar, divulgar e ser fazer parte do v/ Movimento Pró Partido do Norte.

Nunca fui militante de nenhuma cor ou ideologia, apoio pessoas, obras e causas que mereçam pela sua nobreza e grandeza esse apoio e esta é uma das que considero que merece de todo o nosso apoio e atenção, dada a discriminação que a Região Norte tem sido alvo, nos últimos anos a todos os níveis fulcrais de integração no que visa o desenvolvimento económico da nação.

Gostaria de, numa reunião, poder prestar outras informações que penso serem relevantes para a minha integração no v/ prestigiado movimento.

Agradeço que me enviem mais informações de como poder integrar o v/ movimento e civicamente trabalhar em prol do Desenvolvimento Económico da Região Norte junto das instancias governamentais competentes.

10 junho 2010

O momento certo

A cada dia a sua pena.
Ou a cada dia a sua pedra ?
A mais recente vem embrulhada com a capa de defesa da própria Regionalização.
O argumento rezaria assim : é prematuro criar um partido regional ; primeiro dever-se-ia obter a Regionalização e só depois construir o partido ; enfim, um partido prematuro só dificultaria e atrasaria a Regionalização.

Convenhamos que a criatividade do raciocínio (cuja fundamentação me escapa, mas essa omissão não parece incomodar os seus autores) não está longe daquela polémica antiga sobre a precedência do ovo ou da galinha. Ou será uma reencarnação do paradoxo de Zenão para quem seria impossível chegar ao destino visto que faltaria sempre percorrer metade da distância que dele nos separava ? Adiante.

Admitamos a sinceridade da dúvida ou da crítica. Aliás, nem pode ser de outra maneira, pois imaginar que o seu autor nos imputaria o desígnio secreto de sabotar a Regionalização, seria aceitar o insulto e especular subjectividades.

A vida social, a dinâmica das relações humanas e sobretudo a luta política como expressão de defesa de interesses e de direitos não se compadece com abordagens biológicas e naturalistas, para as quais a flor tem de preceder o fruto. Transpôr para a dinâmica social « essa ordem da natureza » é um daqueles erros clássicos dos que barafustam contra os mercados enlouquecidos ou dos que acusam o Povo de ser estúpido por não se adaptar nem respeitar a bela engenharia social que os iluminados arquitectaram no remanso de confortáveis gabinetes.

É certo que um general deve velar pelo melhor momento e pelas circunstâncias mais favoráveis, mas se o adversário o surpreende numa ravina ou se as suas próprias tropas avançam num élan combativo, é seu dever pôr-se à cabeça, a não ser que seja um poltrão e opte por ficar na retaguarda a esbracejar, a protestar contra a « batota » do inimigo ou contra a precipitação dos seus próprios tenentes.

A política não tem horas marcadas. Acontece.
Trazer para o combate político uma postura determinista que nos obrigasse a esperar pelas alegadas ‘condições ideiais’, pelas ‘necessidades objectivas’, pelas intendências adequadas, é enganar-se de comércio : mais vale ir vender tremoços na praça e levar contabilista.

Nada está escrito de avanço, nem a derrota nem a vitória.
Não há biopolítica. E há sempre espaço para criar um acto, pois não há momentos « certos ». Esperar por eles é a melhor maneira de nada acontecer. Em boa verdade, e não tenhamos medo de o dizer, é preciso ser « prematuro » pois é nessa antecipação que nasce o “momento certo”, e não o inverso.

Por todas estas razões, acusar o Movimento Pró Partido do Norte de ser um nado-prematuro parece-me, além de pura míopia política, absolutamente irrelevante como discussão neste momento. Ele está aí. Resmungar contra isso é aceitável num encenador de teatro, habituado a gerir os tempos dos seus figurantes, e faz-me lembrar aquele oficial do Porto de Leixões que ao receber o aviso de que um navio de grande porte estava junto da praia de Fuzelhas, gritava por telefone ao comandante « Você não pode estar aí ! ».

Dito isto, admito que sejamos inconvenientes. Claro que o somos, até porque ainda recentemente ouvimos o Assis prever que Rui Rio seria um bom Presidente da região. Estava-lhes tudo a correr tão bem, as pessoas entretidas e distraídas, era só esperar pelos fins de mandato e fazer bailar cadeiras, enquanto nos ofereceriam uma pseudo-região, qual prenda que era suposto agradecermos.
Pois ainda bem que somos inconvenientes. É próprio do povo ser « inconveniente », sobretudo quando não é convidado.

Pelo Norte e pelo país !

Francisco de Sousa Fialho

09 junho 2010

Espoliados

O centralismo é doença crónica de sucessivos governos. O fenómeno não é de agora. Com o advento da democracia em 1974, os governos de Lisboa, tendo perdido os territórios ultramarinos, contentam-se agora com colonizar e espoliar o resto do continente. Mas esta atitude atingiu o absurdo e a sem vergonha nos últimos meses. Os exemplos são inúmeros. O Governo continua apostado em construir essa obra inútil e cara que é o TGV de Lisboa para Madrid, mas cancela a expansão do metro do Porto, que serve milhões de passageiros e é imprescindível para o desenvolvimento da sua Área Metropolitana. Quando o Estado ameaça falência e há necessidade de cobrar portagens nas SCUT, o Executivo opta por sacrificar o Grande Porto e o Norte. Muito em breve, um cidadão da Póvoa de Varzim que use a A28 para se dirigir diariamente ao Porto para trabalhar pagará portagem, quando já nem sequer dispõe de qualquer estrada alternativa; enquanto no IC 29, em Sintra, o serviço continuará a ser grátis. Absurdo!

O agravamento desta fúria centralizadora é o corolário dum modelo de desenvolvimento de tipo sul-americano que teve algumas das suas expressões mais emblemáticas na Exposição Universal de 1998, em Lisboa, ou nesse dispendioso mausoléu do cavaquismo que é o Centro Cultural de Belém. Para já não falar da concentração da maioria das universidades públicas em Lisboa; intolerável, pois cerca de 60% dos alunos que concluem o secundário são da Região Norte.

E quem paga afinal a capital e todos os seus privilégios? Obviamente os contribuintes. Para um orçamento do Estado, para o qual cada um de nós contribui com 8100 euros, cerca de 15% dos gastos (12 mil milhões de euros, quase o valor do défice) são para manter a corte e beneficiar os amigos do poder com negócios e prebendas. Este tributo que pagamos à capital empobrece-nos e representa uma diminuição dos orçamentos familiares, em média, de cerca de cinco mil euros. O centralismo é a principal razão da nossa pobreza e maior causa da crise económica que actualmente sofremos.

(... in JN Online)

08 junho 2010

O Norte deve liderar uma Estratégia de Desenvolvimento Económico

Uma das razões principais que me levou a aderir ao Movimento pró Partido do Norte é o acreditar na necessidade do país implementar o que eu chamo de Estratégia de Desenvolvimento Económico. Uma estratégia nacional de grande envergadura, mas que tem de ser aplicada regionalmente, de uma forma não burocratizada e participada para ser eficaz.

É uma proposta que tem como actores principais as Empresas Exportadoras, as Universidades/Politécnicos/Institutos de Investigação e o Estado (Central/Regional/Local).
É uma Estratégia que em vez das obras públicas, considera indispensável aplicar uma parte significativa dos Fundos Europeus e dos Capitais Públicos no apoio ao sector productivo nacional: a Industria, a Agricultura/Pecuária/Pescas, o Turismo, o Software/Tecnologias de Informação e a Produção Audiovisual/Industrias Criativas.

Numa época em que os recursos financeiros são escassos, em que o endividamento do país nos coloca muito dependentes dos financiamentos exteriores, este novo Partido que defende o Norte está a defender acima de tudo um Portugal viável, capaz de produzir riqueza e que por isso poderá ser mais solidário, quer entre as diversas Regiões quer entre os seus cidadãos.

Portagens das SCUTS, um barril de pólvora?

Diz o povo amiúde, que há males que vêm por bem, não obstante saibamos que nem sempre se deva levar à letra a sabedoria popular . Mas no caso em concreto que a seguir abordarei, até devia. 

À insensatez da decisão governamental em portajar sadicamente as SCUTS  na região mais deprimida do país, devia corresponder uma poderosa e generalizada contestação civil. E é isso que sinceramente espero que aconteça. Os problemas resultantes das más governações não podem mais continuar a ser resolvidos sacrificando quem menos responsabilidades tem. Um Governo que actua compulsivamente em desespero de causa, flagelando mais e mais a população, é um Governo fracassado e irresponsável. A única decisão nobre que lhe resta, é a demissão.

O Norte, tem de rejeitar com veemência mais esta decisão ultrajante para a região, e o facto de o Governo persistir em tentar tomar-nos por imbecis, com  o rebuçado de um tarifário "simpático", devia de ser considerado por todos nós como mais uma provocação, e não como um eficaz anestesiante. Um cancro maligno extirpa-se do corpo de quem o contraiu, e não de corpo alheio. Proceder assim, não só é um acto de profunda irresponsabilidade, é um verdeiro convite à guerra civil.

Esta decisão infeliz, devia servir para unir ainda mais todos os simpatizantes do Movimento Pró Partido do Norte, esquecendo as eventuais diferenças políticas e ideológicas concentrando-os exclusiva e patrioticamente na causa do Norte. A causa do Norte, é uma causa nacional, sem Norte, não pode haver Portugal. 

Espero bem, que tenha sido este o sentimento inspirador dos principais líderes do Movimento N. Que seja o futuro da região a sua principal motivação, para assim esvaziarem de vez  as vozes  daqueles que, à falta de melhores argumentos, os querem tratar como "desempregados da política". É uma excelente oportunidade para provarem que nem todos os filiados em partidos tradicionais estão conformados com a situação do Norte e que querem fazer diferente, mas melhor. Com o envolvimento e a colaboração dos cidadãos. 

Definitivamente, o erro, não é destes ex-deputados. O erro, está naqueles que continuam a pactuar com um regime de governação enganador que compromete e faz perigar a própria Democracia.

Para a frente, MPPN!

Movimento Pró Partido do Norte



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07 junho 2010

Entrevista Porto Canal

Caros amigos, hoje (07-06-2010), pelas 23h30 não percam a entrevista ao Doutor Pedro Baptista e ao Doutor Anacoreta Correia, no programa "Analise do Dia".




06 junho 2010

Lembrete

Caros amigos, 

Hoje, no programa Grande Plano, pelas 21h30, não percam a entrevista que o Dr. Pedro Baptista irá dar ao Porto Canal.

05 junho 2010

Regionalização da culpa



Chegou a mim uma imagem com uma temática que já tenho vindo a pensar em escrevinhar por aqui há bastante tempo mas que, por falta de oportunidade, nunca me cheguei à frente. Hoje não escapa. Os dados referem-se a 2005:


Comecemos pelo início.

Quando se diz que o Norte trabalha para que o Sul descanse à sombra da bananeira, apreciando e abusando da riqueza produzida pelos primeiros, essas acepções resultam normalmente em riso ou incredulidades de variada índole. Afinal de contas, como pode o Norte ser o motor da riqueza e, ao mesmo tempo, as estatísticas oficiais mostrarem o oposto? Seria curioso entrar por aí - e certamente o farei a breve trecho - mas fiquemo-nos para já pelo tema quente da actualidade: a dívida nacional. Analisarei a questão do PIB e afins num outro dia.

Já expliquei variadas vezes que o nosso problema não é a dívida pública, mas a dívida privada. Ao lado dos 120milM que o Sector Público deve, há ainda 260milM oriundos das famílias e empresas por aí espalhadas. A questão central é: onde andam elas espalhadas? Será que veremos, mais uma vez,centralismo? Será que até na dívida há centralismo?

Segundo o Boletim de Abril do Banco de Portugal (Maio só sairá daqui a uns dias, mas não constituirá surpresa), a resposta é positiva: o distrito de Lisboa tem uma dívida privada (109 mil milhões)que representa 42,7% dos 255 mil milhões que os privados devem ao exterior. Em segundo, vem o Porto com apenas 15%, seguido de Setúbal e Braga com 5% cada. Atente-se: mesmo com as populações mal distribuídas (facto bem sabido), a desproporção na responsabilidade da dívida é absolutamente pornográfica, sendo ainda mais desigual e injusta do que as injustiças que já todos conhecemos.

Repare-se que aqui não falamos de dívida pública. É que, muito embora os investimentos públicos sejam quase todos sulistas, ainda nem toquei nesta análise que faria descambar ainda mais a lógica desnivelada do crédito.

Falemos agora do défice comercial - isto é, a diferença negativa existente entre aquilo que anualmente importamos face ao que anualmente exportamos. Lisboa representa 80% deste défice.80%. 4 em cada 5 euros de défice comercial é provocado por Lisboa. Imagine-se o que seria se Lisboa deixasse de adquirir uma pequena parte do que importa: era imediatamente visível um aumento de um par de pontos percentuais no crescimento económico nacional.

O Norte virou-se para o exterior porque Lisboa o rejeitou e o abandonou desde cedo. Virou-se por necessidade, porque tinha de se desenmerdar e porque é composto por gente com garra, empenho e capacidade de trabalho. O Norte representa hoje 50% das exportações nacionais (já foram 2/3 há poucos anos) e ainda assim tem de trabalhar duplamente para compensar os desvairios e vícios da capital do império da treta. Ou seja, anda o Norte a trabalhar, a suar e a esforçar-se para que os seus impostos e os seus rendimentos gerados pela exportação sirvam para financiar luxos desproporcionais da capital, ano após ano. Lisboa vira as costas para o Norte na altura de o apoiar e desenvolver, mas vem sempre com a mão firme para apanhar os rendimentos que lhe suportam a boa vida. É um país a dois pesos e a duas velocidades. Não admira que já se fale em guerra civil.

A minha ideia (e proposta) era autonomizar as regiões portuguesas. Só era preciso um ano (e não mais) para que Lisboa se afundasse repentinamente e se tornasse um protectorado do FMI, tendo de desvalorizar salários para metade para readquirir a competitividade que não tem e reformular completamente o seu estilo de vida. Não é que eu odeie os lisboetas; só acho é que as pessoas precisam de aprender.

Publicado originalmente aqui por Luís Oliveira.