04 junho 2010

Santísses...

O semanário Grande Porto, representado pelo director-interino Rogério Gomes, "sentou-se hoje à mesa" com o advogado João Anacoreta Correia e o ex-vice presidente do Parlamento Europeu, Manuel dos Santos, para recolher a opinião de ambos sobre o neófito Movimento Pró-Partido do Norte.

O critério habitual seguido nestas entrevistas é, como já devem saber, o de juntar duas figuras públicas cujas ideias sobre o tema em discussão sejam antagónicas, ou então, apenas não consensuais. Do ponto de vista democrático, a ideia é de louvar. Do ponto de vista objectivo, em casos como este, duvida-se. Por quê? Porque no caso de Manuel dos Santos, é por demais previsível a sua linha de pensamento. Ou seja, Manuel dos Santos, é o modelo típico do político carreirista, homem fiel ao aparelho partidário, de quem nunca se pode esperar grande entusiasmo pela mudança, mesmo que seja para melhorar qualquer coisa. Senão, notem bem no que disse:
  • O contrato político só deve ser alterado quando consideramos que não funciona. Mas concordo que as verbas do QREN não foram aplicadas como eu esperava.
    • Os líderes desse Movimento têm de ter credibilidade e só assim podem fazer com que os partidos políticos se preocupem mais com os problemas das regiões.
    O que será para MS um contrato político funcional? O deste Governo, ou  qual outro? Mas vá lá que, ainda assim, conseguiu discordar com o desvio [eu diria mesmo, roubo] das verbas  do QREN para Lisboa. Convenhamos, que seria excessivo se não o fizesse, embora duvide que ficasse muito mal com a sua consciência cívica de homem nortenho...

    Suponho que estaria a pensar na sua própria credibilidade, quando questionou a credibilidade dos líderes do Movimento, e confesso que não percebi patavina deste diamante: "só assim podem fazer com que os partidos políticos se preocupem mais com os problemas das regiões." Só assim como? Clonando a credibilidade do senhor eurodeputado, ou respeitando o direito dos cidadãos ao livre arbítrio de definir o seu próprio destino político?  E já agora, por que não, com um Movimento, ou um Partido novo?

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