20 setembro 2010

Intervenção inauguração sede

Meus amigos,


Esta sede parece uma casa pequena pela óbvia razão de que é uma pequena casa.

Esta rua parece uma rua estreita porque é na verdade uma rua estreita.

Mas de uma coisa vos posso garantir: não há Avenida nem Praça nem Palácio que seja capaz de albergar o entusiasmo, a determinação e a energia nortenha dispostos a levantar o país , a defender os interesses do Norte e a definir-lhe uma estratégia de desenvolvimento, de progresso e de justiça social.

O nosso Movimento quer ser a voz dessa força e hoje damos-lhe uma morada que é afinal um ponto de partida. Portugal precisa de uma Região Norte que seja forte e o Norte precisa de um partido que seja seu.

Um partido que, por exemplo, exprima a justa indignação que nos merece essa afronta de nos quererem impôr um novo imposto em estradas do Norte. Só um partido como o nosso, um partido novo, um partido livre, um partido limpo, é que tem autoridade para lhes perguntar e lhes exigir que expliquem que tipo leonino de contratos fizeram com as concessionárias das Scuts. Essas parcerias desastrosas garantem 14% de retorno sem risco ao dito investidor, mas isso à custa do contribuinte e, até ver, à custa apenas dos cidadãos nortenhos.

Se há crise para uns, há crise para todos e se tem de haver custos para o utilizador, como dizem, tem de haver riscos para o investidor.

Mas não é só por isso que o Norte precisa de um Partido.

Só um partido como o nosso, um partido de gente honesta, um partido de gente capaz, um partido de gente dedicada tem coragem para denunciar o mais recente ataque dos centralistas à indústria têxtil e do vestuário, essencialmente sediada a norte.

Invocando as cheias do Paquistão, acaba de ser aprovada na União Europeia a suspenção dos direitos aduaneiros para a importação de produtos têxteis e de vestuário, apresentando-se essa medida como uma forma de ajuda às populações do Paquistão. É óbvio que essa benesse só vai favorecer as grandes empresas exportadoras Paquistão que se situam fora das zonas afectadas mas não vai levar um pão ou uma semente aos milhões de desalojados nem tão pouco contribuir para a melhoria das suas condições de vida.

O que é grave e escandaloso nisto é que o nosso Governo, obcecado com o seu projecto de ganhar uma poltrona no Conselho de Segurança da ONU, e desejoso de angariar todos os votos venham de onde vierem, desde o Kadhafi ao Chavez e congéneres, demitiu-se em Bruxelas da defesa dos interesses da nossa indústria têxtil e vestuário. A aprovação desta medida é particularmente gravosa num momento em que as empresas tentam com dificuldade sair da crise económica e ao mesmo tempo se vêm confrontadas com o aumento exponencial do preço das matérias-primas. Este voto em Bruxelas do Governo português não ajuda em nada os infelizes que andam com os pés na água lá no Paquistão, mas vai tirar o pão a centenas de famílias operárias da nossa Região. E que o Sr. Ministro não nos venha dizer que não faz mal, porque é uma medida temporária e que daqui a 3 anos volta a haver direitos de importação. É preciso ser-se muito cínico para fazer uma afirmação desse calibre.

Alguém ouviu o Governo e os outros partidos explicarem bem as razões de ser destes votos?

O Norte precisa também de cuidar dos seus interesses próprios, de encontrar o seu modelo de desenvolvimento económico e social que lhe é negado pelo centralismo. De retomar as energias e o dinamismo que são seu apanágio, de basear o futuro nas suas empresas e nos seus trabalhadores, com um quadro que lhe seja favorável (e não adverso como tem sido o caso). E o Norte precisa também de assumir as suas responsabilidades, as suas culpas, e corrigir os seus erros, pois não é apenas apontar o dedo ao centralismo, mas é necessário também cuidar de nós próprios e recuperar o nosso brio.

Sim o Norte precisa de um partido e o partido precisa de uma casa, mas a casa e o partido são coisa vossa, pertencem ao povo do Norte. Se um dia esta sede vos não mais pertencer, botem-lhe fogo e recomecem do princípio.

Por Portugal e pelo Norte!

Viva a Região Norte!

Francisco Sousa Fialho

(membro da Comissão Executiva do MPN)

2 comentários:

  1. Muito bem, apoiado!
    Força, força em prol do Norte! Digamos aos colonizadores de Lisboa que basta, basta de despotismo, basta de roubo descarado. Temos de lutar pelos nossos direitos. Temos razões para formar um partido que nos defenda. Temos ORGULHO na nossa terra e nas nossas gentes. Vamos lutar por eles, vamos para a frente! Contem comigo. Nota aos cépticos: quem tem dividido, quem continua a dividir é o poder instalado na capital. Lá querem fazer de nós portugueses de segunda (ou terceira…). Nós não podemos aceitar isso. FORÇA NORTE!

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  2. Sim Senhor, apoiado.
    tive muita pena de não poder estar na inauguração, mas a morte da minha mãe nesse dia mo impediu.
    Mas continuo a apoiar este movimento com todo o empenho.
    Viva a região Norte.

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