O MPN aconselha que os signatários do manifesto a favor da Linha Ferroviária do Douro até Salamanca contactem o Sr. Presidente da CCDRN, Dr. Carlos Lage, que publicamente vem anunciando desde há dois anos que esse processo está já concluído e todos os “Protocolos Assinados”, tendo-se até insurgido publicamente contra membros do MPN que vêem pedindo atenção para toda a problemática de ligação ferroviária no Norte.
O MPN entende que o problema do Norte está na falta de união da Região em torno dos muitos problemas existentes: Douro, Tua, Cávado, Minho-Vigo.
O MPN apoia este manifesto e insurge-se contra o Norte que se vende e se cala.Manifesto pela modernização do troço Marco-Pocinho e pela reabertura do troço Pocinho-Barca D’Alva, da Linha do Douro
“Os vinhedos e o comboio são parte integrante da riqueza turística do Alto Douro Vinhateiro e reflectem bem o árduo trabalho que foi necessário para os concretizar. Nesse sentido, imaginar o Vale do Douro sem o comboio é o mesmo que o imaginar sem o Vinho do Porto”
A Linha do Douro começou a ser construída em 1872 e ficou concluída em Dezembro de 1887, incluindo o troço entre Barca D’Alva e La Fuente de San Esteban, o que permitiu estabelecer uma ligação por Caminho-de-ferro entre Porto e Salamanca.
Na década de oitenta, fruto do estado de degradação e de tráfegos muito reduzidos, a ligação internacional foi suspensa, tendo encerrado ao tráfego ferroviário entre Barca D’Alva e La Fuente de San Esteban em 1 de Janeiro de 1985, e entre Pocinho e Barca D’Alva em 18 de Outubro de 1988.
Atendendo a que:
1. A Linha do Douro e o canal navegável do Rio Douro são as únicas vias de comunicação longitudinais da região;
2. A realização de cruzeiros turísticos está fortemente dependente da complementaridade do Caminho-de-ferro;
3. O troço Barca-D’Alva-La Fregeneda, inserido na ligação a Salamanca, inteiramente financiada com capitais portugueses, foi declarado Bem de Interesse Cultural com a categoria de Monumento e está a ser alvo de trabalhos de reabilitação para utilização de veículos ferroviários ligeiros pela Tod@via - Asociación de Frontera por una Vía Sostenible;
4. A Linha do Douro está inserida num eixo de elevado potencial turístico, na medida em que permite ligar o Porto, o Vale do Douro, as gravuras rupestres do Vale do Côa, Salamanca, Ávila e Madrid, locais aos quais foi atribuído pela UNESCO o designo de Património da Humanidade;
5. A crescente procura turística verificada na cidade do Porto e no Vale do Douro, decorrente dos voos low cost para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro e do aumento do Enoturismo;
6. A montante do Vale do Douro reside um mercado de enorme potencial turístico, nomeadamente nas cidades de Madrid, Valladolid e Salamanca, o que permite equilibrar o Douro entre dois pólos geradores de viagens de idêntica dimensão;
7. A futura ligação de alta velocidade Madrid-Salamanca irá permitir diminuir os tempos de viagem de toda a Espanha para aquela cidade;
8. O benefício que reside da possibilidade de existir uma ligação regular de transporte de passageiros entre Porto e Salamanca pelo Vale do Douro como factor dinamizador do fluxo turístico ao longo da região;
9. A não compatibilização da construção de um eixo rodoviário longitudinal com o desígnio de “Património Mundial”;
10.Atendendo a que o transporte de mercadorias via Porto de Aveiro é fortemente subsidiado pelo Estado, passando-se semanas em que não existem quaisquer circulações de comboios de mercadorias para o mesmo, e o volume de mercadorias movimentado através do Porto de Leixões é incomparavelmente superior, a ligação ferroviária mais curta para a Europa é pelo Vale do Douro, traduzindo-se em cerca de menos 110 km até à fronteira, do que pela linha da Beira Alta, o que, associado ao facto da circulação de composições de mercadorias só ser eficiente a velocidades inferiores a 120 km/h, torna a Linha do Douro numa alternativa muito mais económica do que o eixo Aveiro-Viseu-Salamanca, por já existir;
11.A A24 e o IP2 servirem essencialmente os eixos Vila Real/Régua/Lamego e Torre de Moncorvo/Vila Nova de Foz Côa, respectivamente, não estando sequer calendarizada a construção IC26 para a Régua.Tendo em consideração a necessidade de se potenciar o desenvolvimento turístico da região, o que contribuirá para o aumento da actividade económica do País e, consequentemente, para o equilíbrio da balança comercial, por via da captação de turismo estrangeiro e havendo a necessidade de um eixo ferroviário no norte para escoamento de mercadorias. Considerando ainda o consenso existente entre os 28 Municípios servidos por esta infra-estrutura centenária. Solicitam os Durienses, os Transmontanos e os Beirões a reabertura da ligação internacional da Linha do Douro por Barca D’Alva, bem como a modernização da mesma, entre Caíde e Pocinho, contemplando a electrificação, sinalização electrónica e tratamento de taludes, de forma a se reduzirem os tempos de viagem para 1h25 entre Porto e Régua, 2h40 entre Porto e Pocinho e 4h entre Porto e Salamanca, viagem que nos anos 70 demorava mais de 11h...
Peso da Régua, 27 de Setembro de 2011
ROTARY CLUB DA RÉGUA
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