26 maio 2010

Nunca de chapéu na mão

O Partido é uma ferramenta.
A ferramenta que precisamos para nos exprimirmos, para nos organizarmos e para construir.
O objectivo é criar a Região, instituição política de afirmação do povo do Norte, orgulhoso da sua pertença a uma nação histórica e a um país valoroso.

É certo que a primeira argamassa que nos une é esta revolta contra um modelo centralista, iluminado, sobranceiro e voraz que nos esvazia, nos suga e nos humilha. Mas o nosso combate não é contra Lisboa, uma cidade que nos honra, ou contra outra região.

A nossa luta é por uma outra maneira de ver o país, por uma outra forma de acreditar nele e por uma confiança nas nossas energias. O nosso combate vai muito para além da luta contra o centralismo porque o nosso combate é-o pela afirmação das valias que aqui estão, do dinamismo de que somos capazes, da criatividade que se quer expandir e dessa vontade inabalável de querermos crescer. Sim, há uma raiva contra a injustiça e a discriminação, que é afinal prova de vida e salutar, mas não seremos nunca uns fatalistas zangados ou uns pedinchas piegas. Apenas recusamos esse destino, fruto de uma errada concepção de Portugal, que nos trata como o pátio das traseiras ou o sótão das velharias.

Não nos queixamos, reclamamos os nossos direitos.
Não nos lamuriamos, lutamos pelo nosso espaço e pelo nosso futuro, pelos nossos vales e pelas nossas vilas, lutamos afinal pelo nosso país no sítio onde estamos, aqui, firmes, nunca de chapéu na mão.

Francisco de Sousa Fialho

10 comentários:

  1. «O objectivo é criar a Região, instituição política de afirmação do povo do Norte, orgulhoso da sua pertença a uma nação histórica e a um país valoroso»

    «Não nos lamuriamos, lutamos pelo nosso espaço e pelo nosso futuro, pelos nossos vales e pelas nossas vilas, lutamos afinal pelo nosso país no sítio onde estamos, aqui, firmes, nunca de chapéu na mão»


    Portanto o objectivo não a Regionalização. É sim o desenvolvimento a Norte sem ser prejudicado ou injustiçado pelo Centralismo. A criação das Regiões será a apenas um dos caminhos possíveis.

    Convém começar a consolidar o discurso e evitar incoerências.

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  2. Com certeza que todos gostaríamos que o José Silva nos ensinasse a evitar incoerências e a consolidar o discurso.

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  3. Mas tem-se visto pelo andar da carruagem que a regionalização já não será só e apenas "um dos caminhos possiveis". Terá com certeza de ser o caminho, se calhar depois da formalização do partido
    E a propósito não vejo qualquer incoerência no post que estamos a comentar. Se se pretende rstituir a força e riqueza ao Norte seá a sua população que haverá de dizer qual a escolha acertada e definitiva.

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  4. As «incoerências» começam sim, sempre que surge alguém a querer fazer de professor...

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  5. Estou plenamente de acordo que só existem "incoerências" quando alguém mistura os seus interesses e as suas ideias de predominio!

    Somente a criação do Partido Democrático Norte, poderá levar a que as regiões sejam uma realidade, pela "força" que lhe iremos impor!

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  6. CAros Ruis,

    Pode-se dizer que a blogosfera regional, onde eu e vocês se incluem, já debateu muito destes assuntos e já chegou a consensos. Receio que se esteja ainda em 2003 ou 2004.

    Hoje é consensual no blogue Regionalização e até NorteSim que paralelamente ao criação de Regiões é necessário reduzir outras estruturas, muito para além dos governos civis. Ignorar isto significa amadorismo.

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  7. Pronto!Agora, além de alunos, também somos amadores. O que virá a seguir?

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  8. Rui, sinceramente acho que a liberdade de expressão e a crítica mesmo que desagradável irá sempre existir, além do mais acho que o papel de "advogado do diabo" só nos preparará melhor para o futuro! Todos sabemos que os ataques serão cada vez mais vorazes por isso vamos ouvir, perceber e sobretudo melhorar apresentando soluções!

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  9. Oh José Silva, onde é que v. pretende chegar com esses comentários enviesados? Se sente que tem uma contribuição a dar,porque não tenta ser objectivo e explicar-se claramente?

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  10. Caro Francisco Fialho, o seu post tem fôlego! E o fôlego será bem preciso para levar para a frente este projecto.
    Mas em vez de "Nunca de chapéu na mão" eu preferiria dizer: SEMPRE DE ENCHADA NA MÃO!"
    Como sabemos, a ENCHADA nos anos 60 era um simbolo da vida do campo sem futuro, da vida submissa numa labuta para sobreviver. Os rapazes desse tempo, depois do serviço militar diziam:"Não quero voltar à enchada!".
    Nos anos 70 andei com uns jovens em "campos de trabalho" numas aldeias do Norte e do Centro;
    Gente citadina generosa que lá ia para uma aldeia duas semanas para ajudar no que fosse preciso. Os dias passavam-se a ajudar aqui e ali, mas eram sempre "os meninos da cidade". Até ao dia em que pediam umas enchadas e iam logo de manhã cêdo para as lides do campo. Todas as vezes aconteceu o mesmo: a partir desse dia de trabalho com as enchadas eram "adoptados pelas pessoas da aldeia". Passavem a ser "da terra", simplesmente por terem pegado e usado o instrumento da servidão.
    Se os citadinos, escolarizados, diplomados, mergulhados no mundo virtual, que estão a dar corpo a este projcto se puserem a caminho da realidade vivida e quiserem andar " de enchada na mão", irão descobrir a principal riqueza da Região: as pessoas que lá vivem e as novas energias que têm para desenvolver!
    Parece-me que o Francisco é capaz de concordar comigo: mais vale "sempre de enchada na mão" do que "nunca de chapéu na mão", pois quem anda "com a enchada na mão" anda com o chapéu na cabeça e não na mão.
    Assino:
    Manuel da Enchada

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