Como escrevia hoje no JN o prof. Alberto Castro, em Portugal, os "outros" são o problema, e "nós" as vítimas.
Tenho sempre muita antipatia pelas generalizações, venham elas de que quadrante político vierem. Há quem goste de lançar para o ar alguns clichés perniciosos como alternativa à resolução de problemas complicados, mas a verdade, é que esses clichés nem sempre emanam da população. Ao contrário do popular, o populismo é uma invenção política.
Os políticos, são sem dúvida a classe mais atacada pelas generalizações negativas, não apenas da parte do comum cidadão, como pela dos próprios políticos, mas a questão que se impõe, é saber se, face ao saldo das suas já longas governações [o 25 de Abril foi há 36 anos], merecem, ou não, a reputação trauliteirista que lhes foi inexoravelmente anexada, ao status. Lamentavelmente, eu acho que [ainda] merecem.
Talvez pareça despropositado colocar estas questões num post que pretende falar sobre um Movimento que resolvi apoiar sem rodeios desde a 1ª. hora , mas é o desejo de que ele venha a ter sucesso, que dispare para uma dinâmica imparável de crescimento que me deixa a esperança de inverter a péssima reputação dos políticos.
O Movimento Pró Partido do Norte terá de ambicionar crescer sustentado em justas razões e sólidos alicerces, procurando corrigir não só as aberrações políticas de governações passadas com a região Norte, como propor sistemas de administração pública mais justos e menos despesistas. O facto de congregar gente de várias áreas políticas e partidárias só o enriquecerá e tornará, provavelmente, menos "aparelhista" que os tradicionais. Será, na génese, um Movimento pluralista.
Entre aquilo que separa hoje a esquerda e a direita, talvez não seja impossível uma recíproca aproximação ideológica. Talvez um «cocktail», com uma dose moderada de pragmatismo à esquerda, e uma pitada de sociabilização à direita, fosse o aperitivo ideal... Sinceramente, não me parece assim tão difícil. Haja vontade. Com este espírito, um bom projecto, doses industriais de seriedade, e uma noção correcta de serviço público, o Movimento Pró Partido do Norte não só poderá transformar-se rapidamente num Partido político regional, como propiciar uma forte adesão a nível nacional. O Porto, e toda a região Norte , efectivamente, são quem tem mais razões de queixa, mas outras regiões do país também as têm.
Vai valer!
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