Ainda ontem manifestei aqui a minha antipatia pelas generalizações, e decorridas 24 horas já tenho motivos de sobra para a reforçar.
A Porto Canal transmite às 3ªs feiras à noite, pelas 22 horas, um programa com a coordenação de Jorge Fiel, que conta com a participação de três convidados residentes, um dos quais é um senhor advogado cujo nome prefiro não citar.
Pois, foi este mesmo senhor que ouvi no programa da semana passada usar dos tais clichés que abomino, do tipo: "a culpa do país estar como está, é de todos nós". A seguir, procurou apresentar exemplos [sem grande sucesso, diga-se], enfatizando a fraca participação de cidadania dos nossos compatriotas, o que até seria aceitável, se não abusasse do plural. Ignorou, que há quem não se sinta confortável incluído nesse lote generalista de cidadãos indiferentes. Bastaria acompanhar o que se passa na blogosfera e nas redes sociais, para perceber que algo está a mudar no país [e no mundo] ,e que ainda há quem procure contribuir para a sociedade para lá das paredes de um escritório de advocacia...
Mas, o melhor estava para vir. No programa de ontem, Jorge Fiel lançou o tema do Movimento Pró Partido do Norte para a mesa e, para minha surpresa, o protagonista que se diz defensor da regionalização, que na semana passada se queixava do baixo empenho dos nortenhos pela coisa pública, não concorda agora com a criação de um partido para defender a região! Jorge Fiel, perguntou-lhe por quê, se os partidos que existem na Assembleia se desinteressaram completamente da temática. A resposta chegou camuflada da ambiguidade tradicional daqueles que gostam de dizer que estão, sem nunca quererem estar. Primeiro - disse -, porque achava que não era necessário criar um partido para regionalizar, e depois, porque não gostava de alguns dos protagonistas...Uma senhora, que também participava no debate, ainda lhe lembrou que, para já, se tratava apenas de um Movimento, mas pouco adiantou.
Não imagino o que terá aquele senhor contra os protagonistas deste Movimento, nem a quais se queria referir, mas o que retiro da sua opinião é que se trata de alguém melindrado com qualquer situação de ordem pessoal ou política, que não resistiu à crítica fácil sem se dar conta que estava a opinar em público, e se esqueceu das suas próprias contradições [pouco antes, tinha dito que o maior problema dos nortenhos era a inveja]...
A ajudar à missa, teve um mediático comentador [benfiquista e monárquico], que pelas mesmas ou outras razões, alinhou pelo mesmo discurso pessimista.
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