01 janeiro 2011

PN: UMA FORÇA RENOVADORA

Por Pedro Baptista

O Partido do Norte (PN) será um partido novo, com uma concepção renovada e renovadora da sociedade portuguesa que se estenderá à sua própria estrutura.

Parte da análise do falhanço da governança centralista. Parte também da degradação da vida política portuguesa resultante da degenerescência dos partidos. A oligarquia centralista que domina o país e a esclerose dos poderes dentro dos partidos tradicionais são os versos da mesma moeda.

Por isso o PN preconiza um modelo diferente do paradigma que na prática nos tem governado e nos levou à situação em que vivemos, apresentando a novidade de partido regional, com tudo o que implica na aproximação dos eleitores dos eleitos e nos compromissos concretos dos representantes de defesa da região. Face ao apodrecimento da vida política, pretende ser uma força moralizadora e radical em matéria ético-política. Paralelamente, pretende deter uma estrutura partidária com novidades acentuadas, mormente introduzindo a obrigatoriedade de eleições primárias, abertas a eleitores-simpatizantes, para a indicação de todos os candidatos aos órgãos institucionais do país a que o partido concorra.

Mas o PN não quer construir um país novo, nem um homem novo, nem um partido tão novíssimo que nem é partido, nem uma República Nova, nem se quer confundir com a opinião anti-sistema democrático que já se faz ouvir.

Bom será se formos capazes de contribuir para a melhoria do país, em particular permitindo ao Norte retomar a dinâmica de desenvolvimento; quanto aos homens novos, e para só pensarmos no século XX, sabemos no que deram à “esquerda” e à “direita”; o mesmo quanto ao partido de tipo novo tão proclamado por Lenine; e quanto à República Nova conhecemos o filme do sidonismo de 1917, e a reprise de 1926 com o Estado Novo.

Sendo o PN um partido renovador, tem nos seus quadros experiência suficiente para desconfiar do excesso de exigência de utensílios inteiramente inovadores, com vista a apresentá-lo com uma imagem virginal e redentora. Assumindo-se democrático, que pretende o aprofundamento da democracia na vida do país e na sua estrutura partidária, utilizará de forma crítica a experiência dos partidos, rejeitando o que a prática demonstrou favorecer as cliques oligárquicas, adoptando os modelos que têm tido bom funcionamento.

A democracia não se esgota nos partidos nem na prática representativa. A componente participativa é tão importante como os instrumentos de representação. Mas para o PN, sem partidos não há democracia, sendo que esta pode assumir vários paradigmas constitucionais. Tão-pouco soçobrará à tentação de esconder o seu rosto de partido atrás de qualquer outro nome. De Uniões Nacionais e Acções Populares, o caixote do lixo da história está repleto. O PN, disposto a abrir brechas para a renovação da vida política e para a salvação do Norte e do país, rejeitando a actual degenerescência, é um partido do sistema democrático!

Não quer ser o Partido da Bayer, o autêntico, o da perfeição, tão-somente o melhor possível. Como objectivo, nem será pouco.

(publicado no GRANDE PORTO de 31.12.2010)

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