01 junho 2010

Movimento Pró-partido do Norte não descarta concorrer às próximas legislativas

(...in Publico Online)
Tendo a regionalização como uma das principais bandeiras, o Movimento Pró-Partido do Norte (MPN), que elegeu este fim-de-semana, a sua comissão coordenadora, tem a ambição de se constituir como partido até ao final do ano e admite concorrer às próximas eleições legislativas.

“Temos como objectivo concorrer às próximas eleições legislativas, desde que elas não ocorram este ano”, disse Pedro Baptista, um dos membros da comissão coordenadora eleita na primeira reunião do Movimento, realizada sábado e na qual foi aprovado o manifesto do MPN.


Acompanhado de João Anacoreta Correia, ex-dirigente do CDP-PP, e de outros membros que estão na formação deste movimento, Pedro Baptista adiantou algumas das metas que o futuro partido pretende alcançar como disputar o poder central e eleger deputados, garantindo, desta forma, um “compromisso directo e regional com o Norte e com o eleitorado”.

Sublinhando que “o Norte tornou-se na única região de Portugal que regrediu económica e socialmente”, o ex-deputado do PS declarou que “o país precisa de ser pensado como um todo, um todo formado de partes que têm de ser pensadas como tal., E é isso que tem faltado, com particular prejuízo para o Norte”. E insistiu que “o Norte precisa de perspectivas de futuro, mas o futuro que o centralismo lhe oferece é a decadência irreversível num modelo de desenvolvimento que o subalterniza”.

Também João Anacoreta Correia clamou pela regionalização e aludiu às ideias e propostas que o MPN tem com vista “à redução drástica da despesa político-administrativa central”. “O movimento defende a regionalização o mais breve possível”, declarou, vincando que “este projecto político é ambicioso e global”. “Não queremos fazer só propostas políticas regionais, queremos participar na discussão de propostas políticas nacionais”, declarou João Anacoreta Correia” ao PÚBLICO, revelando que o movimento “assenta na solidariedade, que tem grande tradição no Norte”.

Quanto ao facto de a Constituição proibir a composição de partidos com denominação e âmbito regional, Pedro Baptista acredita que a questão será ultrapassada com uma próxima revisão constitucional, que pode acontecer nesta legislatura. E congratulou-se pelo facto de nos últimos quinze dias os promotores do MPN terem conseguido colocar na agenda da revisão constitucional a revogação do artigo 51º, parágrafo 4”. Ao mesmo tempo deixou claro que se não for possível resolver esta questão pela via da revisão constitucional, então será apresentado um plano B que pode muito bem passar por uma alteração da designação do movimento para partido Regionalista.

Sob iniciativa de pessoas com diferentes opções ideológicas e partidárias, bem como de outras pessoas que nunca estiveram filiadas em partidos políticos, nem se consideram definidas ideologicamente, o MPN representa diversos sectores profissionais e congrega muitos jovens nascidos no pós-25 de Abril que “não se reconhecem na prática política centralista dominante”.

O movimento está em fase de instalação de núcleos de apoio, encontrando-se o de Lisboa praticamente fechado, segundo adiantou ao PÚBLICO João Anacoreta Correia.

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