14 junho 2010

Esquecer a clubite, fazer um grande manguito às Scuts, e pensar na região

Como diz, e bem, neste artigo  [JN], Carlos Abreu Amorim, o dever de cidadania exige que se lute contra as decisões injustas dos Governos. Suponho que a "consideração" do executivo de Sócrates de brindar em exclusivo o Norte com as portagens nas SCUTS já nem sequer merece discussão. Essa fase, foi rapidamente ultrapassada pela obscena discriminação de que a decisão se revestiu. Mais. Pessoalmente, tomo esta atitude como uma provocação despudorada às populações da nossa região, resultante do laxismo das elites locais com a consequente perda de protagonismo para o país.

Alguns nortenhos - vá-se lá saber porquê -, parecem ainda não ter percebido que os sucessivos desvios de verbas destinadas ao Norte para a região de Lisboa a par de toda a sorte de obras faraónicas despesistas e irracionais para a mesma região, mais não foram do que subtis testes à nossa dignidade e capacidade de tolerância. 

Foi por não termos reagido antes, por outras razões, incluindo [convirá lembrá-lo], as decisões arbitrárias  da Procuradoria Geral da República de instaurar processos judiciais como o Apito Dourado exclusivamente aos clubes do Norte, que o centralismo  estendeu agora os seus tentáculos noutras direcções. Foi  também por Rui Rio querer ser politicamente correcto com as elites de Lisboa que o Porto se fragilizou . Foi por Rui Rio ter vencido três mandatos seguidos, com os votos desses nortenhos desnorteados, que o Porto perdeu protagonismo político e económico. Quem não quiser admiti-lo, continuará a enganar-se a si mesmo e a prejudicar o Porto. É chegado o momento de admitir o erro e de procurar outras alternativas.

Se o futebol, com os seus peculiares afectos, constituir um factor de divisão para a causa do Norte, é porque os nortenhos estão mais interessados no clube do que na região, e esse, será um problema que terão de decidir de moto próprio. Os portuenses não podem culpar-se por serem adeptos do FCPorto, do Boavista, do Leixões ou do Salgueiros, porque adoptaram por clubes próximos das suas raízes. Nem tão pouco os portuenses afectos a clubes de regiões mais afastadas se devem excluir desta causa - que é de todos os nortenhos -,por razões clubísticas. 

Seria fantástico, um hino à noção de cidadania da Região, se os nortenhos fossem capazes de separar as águas, de esquecer momentaneamente rivalidades futebolísticas, de reconhecer a importância de  se unirem em defesa de um outro "clube" bem mais relevante para o seu futuro : o "clube" do Norte, que é como quem diz, o Movimento Pró Partido do Norte. 

E para começar em grande, dirigindo-se todos à rua, para fazerem um  grande manguito ao Governo recusando categoricamente os chips e as portagens nas Scuts.

2 comentários:

  1. Penso que está a esquecer neste texto o maior, ou segundo maior clube do Norte do país, que é o SLBenfica.

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  2. Não metam o futebol e os clubes nisto porque é simplesmente estúpido. Os portistas, os vimaranenses, os vianenses... etc. NÃO SÃO OS CULPADOS de no NORTE haver morcões adeptos de clubes de regiões que só so desprezam. Os culpados são os NORTENHOS que apoiam instituições de outras regiões em vez de apoiar instituições da sua região. PRIMEIRO está a minha região, SEGUNDO o meu país.
    É como nos supermercados entre dois artigos da mesma qualidade PRIMEIRO está o da minha região e só se a minha região não me puder satizfazer é que ólho para os artigos nacionais e senão encontrar o que quero na minha região e no meu país artigo de QUALIDADE é que olho para o estrangeiro. No desporto e nos afectos é o mesmo.

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